Dia da Defesa Nacional

Tenho que tar às 7 na camara municipal de Loures, chego lá uns minutinhos mais cedo todo empolgado por finalmente ir conhecer a defesa nacional, finalmente, finalmente vou conhecer os quatro defesas do Benfica...a ver se o Luisão já tirou ou aparelho AHAHAHAHAHAH, que pandêga, aiai deixem-me limpar as lágrimas.
Bem, assim que chego lá encontro um palhaço qualquer que me diz que aquilo não tem nada a ver com futebol, eu inteligente e livre de pensar pela minha própria cabeça não acredito, como é
óbvio.
Anyway, tá lá o pessoal todo à espera...todos a olhar com cara de parvos pra não sei onde quando....quando...quando

EXPLOSÕES

Começa a explodir tudo em todo o lado, vejo pedaços do gajo que me tinha dito que aquilo não tinha a ver com futebol a passarem diante mim...ele de certeza já não saberia do que é que aquele dia trataria, os mancebos entram todos em pânico a correrem de um lado para o outro como pitas a quem tinha sido dito que os D´zrt iam à sua escola. Desato a correr para ao pé do motorista que nos tinha de levar para o sitio onde iriamos passar o dia da defesa nacional, passo a estrada a correr e vou contra a carrinha da pastelaria local. Caio redondo no chão : "Vê lá por andas ó palhaço, onde é que é o fogo para andares a correr como uma pita a quem foi dito que os D´zrt iam à sua escola....fodasse."
Mais ninguém parece ver, ou querer ver o cenário catastrófico e tenebroso que caí sobre nós.
Chego ao pé do motorista: "ABRA ABRA ABRA ESTA MERDA!"
O motorista ao acender o primeiro cigarro de um dia que ia ser longo pra ele e pra nós diz-me que o seu turno só começa dali a cinco minutos...fico incrédulo a olhar de mão fechada pra ele, enquanto bolas de fumo eram mortas pelo ar, enquanto pessoal que estava ali como eu morria, enquanto ele sorria para mim, enquanto passavam os cinco minutos mais longos da minha vida.
Enquanto esses minutos passam e não passam olho para o largo onde estou e vejo surgir ao fundo um gajo pouco mais baixo do que eu a andar calmamente no meio de tanta correria desesperada, estilhaços passam-lhe ao lado, bombas não lhe acertam, não pisa nenhuma mina...chega ao pé de mim e vê a porta da camioneta abrir enquanto eu olho para a cicatriz que ele tinha no pescoço...levo com a biata do cigarro do motorista e entro aos tropeções na camineta...o rapaz calmo da cicatriz senta-se a meu lado e diz-me o como se chama...Fábio... eu digo-lhe o meu nome e não falamos mais durante a viagem...após o massacre do largo de Loures restam apenas 16 dos 50 e tal mancebos convocados.
O caminho é todo feito ao som da rádio Romântica F.M, que acompanhou com musicas do rei Roberto Carlos o choro do gajo que ia à minha frente. 6 bancos atrás de mim e do Fábio estavam 5 rapazes a tentar acabar com o sangue que não parava se sair de um dos nossos colegas que tinha deixado um braço em Loures...não me vou meter, não quero atrapalhar, não quero que ele morra ali.
"FODASSE!"
Perderam-no, o gajo que grita desata a andar em direcção ao motorista decidido a deitar para fora toda a sua raiva na pessoa do homem que conduzia, que, ia falar da sua experiência com putas com um magricela que ia de olhar vidrado na janela, sem nada na cabeça, na mente, no corpo. Fábio sai-lhe ao caminho: "Tu não vais fazer nada, se matares o motorista tens o que queres acabas com este dia.....mas outro virá, isto é obrigatório, se não for hoje é noutro dia, podes acreditar em mim...eu sei...eu vim cá quarta feira, assisti ao mesmo espectaculo, não tinha bilhete de identidade não fiz esta viagem...quero faze-la hoje, tu, eu, e todos ficaremos despachados hoje e para sempre se tu não fizeres o que queres fazer", o gajo depois de ter ouvido aquilo dirige-se à ultima fila de bancos e começa a dar murros no chão da camioneta, o som dos murros dele e a musica do Rei iam acompanhar-nos até ao final da viagem.
Chegamos....o militar cuja presença ainda não tinha sido notada atira-nos para fora da camioneta, rojamos no alcatrão à porta das instalações militares.
"Vou só ali comprar a Bola, deixem-se estar aí mancebos." Assim fizémos, à espera de ir para um lugar onde não queriamos estar...aproximo-me do portão de entrada, um soldado que estava à entrada dá-me uma coronhada e ri-se enquanto eu no chão vejo no sitio mais à esquerda do portão um mendigo, tinha ares de velho mas depois de ver mais de perto se ele fizesse aquela barba ficaria com um aspecto pouco mais velho que eu....sentei-me à frente dele, ele murmurava: "From dehumanization to arms production,
For the benefit of the nation or its destruction
Power, power, the law of the land,
Those living for death will die by their own hand
Reject the system dictating the norms
To hasten this nation towards its destruction,
It's your choice, your choice
Peace or annihilation

Peace or annihilation


Peace or annihilation/PEACE OR ANNIHILATION!"

"O Benfica tá intressado no Robert Pires, ahah, meu deus. Vá mancebos toca a andar", vamos entrando aos poucos, não consigo tirar os olhos do mendigo...é o Fábio que agarra em mim e que me arrasta lá para dentro.(Reject the system dictating the norms). "Toca andar, eu não tenho o dia todo...vá, VÁ!!!" Peace or annihilation/ Peace or annihilation/Peace or annihilation


Estamos lá dentro, são nos atiradas roupas que vestiremos mais tarde, o mliitar fala:
"Apartir de agora estão por vossa conta, estas instalações são grandes como viram e nós estamos mesmo no fundo delas, essas mesmas instalações estão cheias de militares treinados nas mais variadas especialidades, desde cozinheiros a snipers, desde condutores a operações especiais...eles farão os possiveis pra vos limpar o sebo...os que conseguirem sair destas instalações vivos nunca mais terão nada a ver com as forças armadas portuguesas, os que forem feitos prisioneiros durante a tentativa de fuga integrarão as forças armadas, ah! como é que pensavam que as pessoas aderiam?....bem, acabemos com isto rapidamente é o nosso ultimo dia...antes de abrirmos as hostilidades, assistamos ao içar da bandeira portuguesa...portanto respeito."
Dos altifalantes começa a sair um som escanifóbético de uma corneta e esse militar que nos tinha dado essas tão importantes informações começa a içar a bandeira. Passados poucos segundos Fábio sai do meio de nós, das calças saca uma mp4 e acaba com o gajo ali, a corneta escanifobetica é o ultimo som que o porbre militar ouve.
"Eu já sabia que era assim, o unico gajo que conseguiu escapar quarta-feira informou-me desta merda toda...vá, vamos primeiro ao sitio onde eles tem as guns."
"e as roses?"
"Por essa "piada" eu matava-te já aqui, mas infelizmente trouxe poucas balas bora."
Desatamos a correr como pitas que......ok....do meio do arvoredo saiem práí uns 3 fuzileiros, fortes que nem touros mas burros que nem portas, um vai contra uma parede e fica os próximos vinte minutos a bater contra ela....estava por perto um boneco vestido de commando, nós trocamos as roupas e vestimos o boneco com as nossas roupas, eles ficam a disparar contra o boneco uns bons quinze minutos....tempo para nós descansarmos, e de estarmos muito tempo a bater-lhes para por fim, deita-los ao chão e com as suas armas satisfazer-lhes a coriusidade, mostrando-lhes se realmente haveria vida depois da morte.
Ficamos com todo o equipamento que eles traziam, enquanto estou a sacar as balas que eram deles para o meu bolso vejo um vulto ao longe aproximo-me e vejo que é uma rapariga que aparentava ter a nossa idade, e que estava vestida à civil....ela diz-me que veio numa camioneta destinada às raparigas, que a sua situação era identica à nossa e que precisava da nossa ajuda porque todas as companheiras dela tinham sido mortas...Viro-me pra dizer aos meus compinchas para lhes dizer da situação da rapariga e aquela filha da puta acerta-me com uma coisa (que depois vim a saber que era uma soqueira), nos cornos e eu caio redondo e desmaiado no chão.
Acordo em plena hora de combate, Fábio que estava comigo actualiza-me....diz-me que nos dividimos em dois grupos, um tinha ido pelo flanco direito e outro pelo esquerdo (que eramos nós), que já só restavam 5 dos mancebos e que tinha acartado comigo o caminho todo....levanto-me, pego numa arma e quando começo a disparar vejo que já estamos próximos do portão por onde entrámos e por onde queriamos sair.O grupo encarregue do flanco direito já só tinha um elemento e ficou sem nenhum quando esse ultimo começou a correr direito aos militares com uma granada na mão e varias presas no seu colete, quando estas explodem também ele e os militares vão pelos ares...eu e o Fábio começamos a correr para a saida como o Obikwelo, mas eu ainda um bocado atordoado e durido espalho-me ao comprido, fico para trás...do lado direito de Fábio aparece um militar que lhe aponta a arma...já se ouve lá ao fundo o mendigo- From dehumanization to arms production
For the benefit of the nation or its destruction
Power, power, the law of the land

O militar e Fábio apontam um para o outro....o militar não aguenta: "Cala-te, filha da puta ", o militar aponta para o mendigo e espeta-lhe uma bala no meio dos cornos....Fábio aproveita e carrega no gatilho....a bala fica encravada...continua a carregar no gatilho, mas o militar ainda tem tempo para se virar e disparar no mesmo momento em que finalmente a bala da pistola de Fábio se decide em sair do cano......ambos caiem que nem folhas no chão..

Começo a rastejar para a saida, aparecem militares, disparam contra mim...mas ou eu tenho sorte ou eles não têm pontaria....assim que passo o portão já não me podem fazer nada.....ficam do lado de dentro do portão a olhar para mim enquanto me sento....e começo a murmurar:
From dehumanization to arms production,
For the benefit of the nation or its destruction
Power, power, the law of the land,
Those living for death will die by their own hand,
From dehumanization to arms production,
To hasten this nation towards its destruction,
It's your choice, your choice, your choice, your choice,
Peace or annihilation


Peace or annihilation /Peace or annihilation/ Peace or annihilation








Yours sincerely...............Kid_d