sexta-feira, maio 11, 2007

Experiência III

- Não estou a perceber...
Juan afasta-se da janela. Olha para Carlos e senta-se numa das cadeiras.
- As portas giratórias foram feitas pelo governo para nos baralhar as ideias. A forma como elas giram fazem com que tenhas perdas de memória, principalmente quando vais a uma clinica.
Carlos está a ler uma pequena revista. Olha por cima dela.
- Porque tudo isto é uma conspiração, certo?
- Nunca pensaste para onde é que vão as nossas amostras de sangue? (Juan levanta-se) Eles criam clones para depois substituir-te. Já ninguém quer saber se morres ou não, eles apenas te substituem.
Carlos fecha a revista e atira-a para o chão. Aproxima-se da mesa e pega na pasta preta. Caminha para a janela e os primeiros raios de luz aparecem no horizonte.
- Ainda bem que não me despedi da minha mãe.
Juan começa-se a rir. Olha para Carlos, que se encosta à janela.
- Primeira página?
Juan acena com a cabeça. Carlos sorri e deixa-se cair. Passados uns segundo, ouve-se uma enorme explosão, mas Juan não parece preocupado. Estica os braços, retira o casaco e caminha para a janela contrária.
- Amanha vou gostar de ler as noticias.
Deixa-se cair e voltamos a ouvir uma explosão. O sol espreita suavemente no horizonte, cada raio de luz distribui-se pela escuridão da noite, dando um novo equilibrio aos prédios frios da cidade. A poeira cinzenta só nos faz lembrar do quanto é bonito ver o amanhecer.
(ouvir este texto com - Eternal Birds, dos North Sea - é para ser diferente)

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