Bugias e Eu ( ou Eu e o Bugias)- Parte II

Já há algum tempo que não pego neste maravilhoso leque de histórias maradas protagonizadas por mim e pelo gato Bugias. Como se devem lembrar, Bugias é o tal gato que gosta de ler, ver televisão e beber até cair para o lado. Somos bons amigos, os amigos da party, e saimos duas vezes por semana (pelo menos).
Ora bem, é sobre uma dessas saidas que eu venho falar. Peço desculpa se não for muito claro, mas é que eu não me lembro de maior parte da noite...vamos começar pelo principio (quem diria!). Lá estava eu em casa, a ver a Oprah no Sic Mulher e a gritar que nem um maluco, quando recebo um telefonema. Era o Bugias. As únicas coisas que conseguia ouvir eram: "Miau, miau, traz o carro que vamos sair, miau, miau". Tudo bem, achei normal ele telefonar a pedir o carro. Lá fui eu com o meu carrito ter á porta do prédio do Bugias. Como já começava a ser hábito, o Bugias estava podre de bebêdo e a vomitar-se todo com uma garrafa de J.B. na mão. Lá o ajudei a entrar no carro e arrancámos para mais uma louca noite, ou pelo menos eu penso que foi louca...
Ia ele a conduzir, e mais uma vez começou a apitar e a lançar piropos para as gatas, eu, para não ficar mal, fiz o mesmo. Não, não foram para raparigas normais, foi também para as gatas...a ver se tinha mais sorte. Nada feito. Lá continuamos pelas ruas de Lisboa à procura de um bom bar para o Bugias apanhar a sua tericeira estala da noite. "Quero bater um record", disse-me ele. Por mim, tudo bem, o gato sabia o que estava a fazer, é que, fogo, ele é um gato!
Saimos do carro, o Bugias precisava de vomitar outra vez. O pior disto tudo é que estavamos num daqueles bairros lixados e fomos abordados por um grupo de cães com um ar feroz. " Ouve lá, ó trinca espinhas, passa para cá todos os biscoitos de cães que tiveres ai", não fui de melhor modos e disse, "Ah, eu não tenho cão, rapaz. Por isso, não ando com biscoitos para cães". "Estás armado em engraçado, é? Já viste bem estes dentes e estas patas? faço-te a folha!". Fiquei com medo, os cães aproximavam-se cada vez mais, e, para ser sincero, larguei umas belas gotas do chamado chichi.
No meio disto tudo, o Bugias pega numa garrafa e parte-a na sua própria cabeça, começando a dançar e a praguejar até cair no chão inconsciente. Foi o silêncio. Eu parado, os cães parados, os pássaros completamente parados e o Godzilla também. Tudo boquiaberto perante aquele espectáculo de loucos. Depois voltou tudo ao normal e levei uma coça dos cães, dos pássaros e do Godzilla, este que aproveitou e destruiu parte de Lisboa. E não venham com merdas a dizer que não, que não viram nenhum Godzilla e que Lisboa não foi destruida. Vocês são mentirosos e deviam ter vergonha na cara! Virem para este espaço virtual mentir e gozar com a vida dos outros!
E pronto, acordei em casa e não me lembro de mais nada.


Obrigado.