terça-feira, julho 18, 2006

Batista Bastos representando

Enquanto os telhados erguem as suas antenas,
Eu cá debaixo tento-me aperceber
Se esta situação só me traz equizemas
Ou se fui eu que andei a beber!

Doce jogo da vida mórbida,
Dando-me aquilo que nunca quis.
Estendido sobre carne picada
Comendo uma perdiz.

Sinto-me como se voa-se para longe,
Para o sitio de desconforto.
Vomito-me para cima de um monge
Até ficar demasiado tonto.

Merda mais a vocês,
Estou é com a puta de uma bebedeira!


Retirado do seu livro de poemas,
"As últimas frases de uma vida imprópria de ser vivida".


Obrigado.

Etiquetas:

1 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Adorei, estou a esvair-me em ranho, especialmente o (não) intencional "voa-se", que é como quem diz "voasse". São estas subtilezas poéticas metamorfozeantes que ilustram toda esta obra de uma profunda riqueza literária.

Obrigada

5:01 da tarde  

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial