quinta-feira, agosto 24, 2006

Filme de Série - Z - Parte 7

Enquanto vai folheando o jornal, um amigo aproxima-se.

- A ler o jornal no café. Típico do Ash.

- Já me foste buscar o café?

- Tem calma, o patrão está a arranjar umas merdas na máquina.

Ash continua a folhear o jornal, sempre de caneta na mão.

- O que procuras?

- O que achas? Trabalho, preciso de um rapidamente.

- Porque é que não vens trabalhar aqui para o café? Até se ganha bem.

- Preciso de dinheiro rápido.

- Tu queres é um esquema qualquer. És lixado, pá.

- Andei eu a tirar o curso para quê?

Começam-se os dois a rir.

- Sim, sempre quiseste trabalhar na tua área.

- Vai lá buscar o café.

O amigo olha para ele, mas Ash continua concentrado no jornal. Um pequeno anúncio: “Pequeno trabalho. Pago bem. Na cidade vizinha. Trabalho complicado, mas recompensante”. Agradou-lhe o anúnciio. Rasga a página do jornal e dirige-se para o telefone do café. Marca o número. O amigo leva o café e senta-se na mesa a fumar um cigarro. Está a chamar.

- Estou?

- Estou, telefonei por causa do anúncio.

- Ah, fizeste bem, rapaz. Queres entrar no negócio?

- Ganha-se bem?

- Ganhas aquilo que nem te passa pela cabeça.

Essas palavras foram reconfortantes. Dinheiro rápido, tal como ele queria.

- És da cidade?

- Não, sou da cidade vizinha.

- Então apanha rapidamente a camioneta para esta cidade. Quero-te cá ainda hoje.

- É preciso alguma coisa?

- Nada, só que venhas. Espera, tens algum fato preto e uma camisa branca?

- Não, mas posso comprar.

- Faz isso.

- Quando chegar o que faço?

- Não te preocupes. A paragem fica mesmo dentro da cdade. Só tens de descer a rua para te encontrares com o teu contacto. Ele vai com um fato igual ao teu. Não tragas malas. Outra coisa, tens carta de condução?

- Tenho.

- Vais conduzir. Espero que sejas bom condutor.

O telefone desliga-se. Nem tem para ficar preocupado ou baralhado. Tinha trabalho e era um daqueles que lhe davam prazer. Senta-se novamente.

- Tu não te fartas de fumar essa porcaria?
- É bom e é quase dado. É de aproveitar.

Ash abana a cabeça.

- Arranjaste alguma coisa?

- Sim, um daqueles trabalhos.

- Vais fazer o quê?

- Não sei, mas é dinheiro rápido.

- Onde?

- Na cidade vizinha.

- Ui, é um dos grandes.

Ash acaba o seu café e pousa a chávena.

- Tenho de ir.

Deixa cair uma moeda.

- Já?

- Tenho de estar lá hoje e a viagem ainda demora uma ou duas horas. Tenho de aproveitar o dia.

O amigo tira um maço do bolso.

- Toma, quero que leves isto contigo.

- Eu não fumo.

- Eu sei, mas leva. Só para dizer não dizeres que nunca te dei nada.

Ash aceita o maço.

- Tens consciência que o vou deitar fora mais tarde ou mais cedo, não tens?

- Sei, mas não te preocupes.

Despedem-se. Ash sai do café, dirigindo-se para uma loja de roupa. Compra o fato e veste-o. Corre para a paragem para apanhar a camioneta do fim da manhã. Compra o bilhete.

- Ainda faltam 10 minutos.

“Bela porcaria”. Vai à cabine.
- Amanha já tenho o dinheiro, não se preocupem.

- Espero que não seja outro falso alarme, porque desta vez vamos mesmo buscar-te.

- Não se preocupem, amanha fica tudo resolvido.

Senta-se ao lado de uma velhota, que está a sorrir.

- Hoje vou ver o meu neto à cidade. Estou muito contente.

- Ainda bem, minha senhora.

- Ele tem uma casa ao pé de um armazém velho, vai fazer transformar aquilo numa grande padeiria e eu vou lá ajudá-lo.

- Estou contente por ele.

- Se calhar conhecem-se.

- Eu nunca fui à outra cidade, portanto não nos devemos conhecer.

A camioneta chega. Ash parte finalmente para a cidade vizinha, numa viagem de duas horas, horas essas que passaram mais rapidamente que segundos na cabeça de Ash., e cedo começou a ver a tal cidade no horizonte. A camioneta pára na avenida principal, pede direcções ao motorista e rapidamente entra nas ruas secundárias. Ao fundo, um homem encostado a um carro com um fato preto preto e uma camisa branca.

- Presumo que sejas o ajudante. Chegaste rápido.

- Vim logo a seguir ao telefonema.

- Assim é que é, gajos empenhados no seu trabalho! Podes entrar no carro, és tu que vais conduzir.

Entram os dois no carro.

- É só desceres esta rua, entras na segunda à direita e páras num pequeno café. Lá receberemos mais instruções.

Ash arranca com o carro.

- Jonsey.

- Ash.

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