terça-feira, outubro 12, 2010

Lizard


Não deve existir nada mais complicado para um artista do que suplantar o seu melhor trabalho, principalmente quando se trata da primeira obra. Penso que foi isso que aconteceu com os King Crimson nesta época, depois de um excelente, altamente aclamado pela critica, primeiro álbum, gastaram demasiado tempo e talento para o tentar imitar. Tal como "In the Wake of Poseidon", o problema de "Lizard" não é que seja um mau álbum, mas sim que não traga nada de novo para a sonoridade da banda. Sendo ainda mais experimental que o álbum anterior, mas estranhamente mais coeso e com um inicio mais forte, o problema é que não existe nenhuma parte que realmente fique connosco depois de acabar. O que falta a "Lizard" para eu gostar mais dele é uma "In the Wake of Poseidon". "Cirkus" tenta ser essa música, e é um excelente começo para o álbum, mas não tem a mesma força.
Eu não posso criticá-los. Segundo o que li, foram tempos difíceis para banda. Apenas Robert Fripp, guitarrista e o grande génio por detrás da banda, ficou depois do primeiro álbum. Este é um tempo de procura por um lugar e por uma sonoridade que os faça renascer. Mesmo não sendo álbuns maus ou até verdadeiramente medíocres, são álbuns com pouca força. "Lizard", música de 23 minutos que fecha o álbum, poderia ser (e começa por ser) a música que salvasse o álbum, contudo, falta a parte épica que bandas como "Pink Floyd" conseguiam inserir nas suas músicas mais longas. "Echoes" e "Atom Heart Mother" (do mesmo ano que Lizard) são músicas poderosas, cheias de energia e emotividade. Se os King Crimson conseguem fazer isso em menos de 10 minutos nas suas melhores músicas, porque não numa tão longa? Não estou a dizer que é fácil fazer isso, estou antes da dizer que eu sei que eles conseguem. "Red", e agora para a parte polémica, é superior a mais de metade da discografia dos Pink Floyd, por isso, eu sei que eles conseguem.
Segue-se "Islands", que parece ser muito melhor. Estou desejoso de ouvi-lo para puder passar a mais um dos seus álbuns aclamados pela critica (e que também já me aconselharam a ouvir): "Larks' Tongues in Aspic" (eles antes deste têm um chamado "Earthbound" que é composto por jams da banda ao vivo, por isso, leva um "até um dia destes").



Nota pessoal: 6 em 10

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