sábado, novembro 11, 2006

Exit -( sede )


E nada se passa porque o tempo parou.
O sol vai e vem mas não sinto nada. O que parece muito transforma-se em nada e o muito passa demasiado rapido, perco-me.
Preciso de sair e falar com ela. Quero-a sem nunca lhe ter dirigido a palavra...conheço-a de vista porque o sitio onde vivo não é grande, é uma vila? ou aldeia? ou cidade? não sei.
O esquecimento apodera-se de mim ao mesmo tempo do que ela, estou lentamente a percorrer o caminho de entrada para o nada...se não estiver com ela.

Hoje estive com os meus antigos amigos, com aqueles que passaram a ser meus conhecidos. Com aqueles com quem falava mas que agora já só oiço.
Estou a ficar doente...

Começo a não conseguir destinguir se estou acordado ou a dormir, se sonho acordado ou se durmo e sonho....
Ela tornou-se permanente.

E começo a definhar, pouco comi em três dias.
Às vezes sinto a minha fala a começar a ficar atrofiada passando a doer cada vez que peço licença ou digo "Obrigado", que passaram a ser cada vez menos.....tenho medo de ficar amargo e de ficar cada vez mais violento. Ela provavelmente nunca olhou para mim e faz-me tanto mal...............contudo quando penso nela, quando estou inerte, quando faço parte de um objecto, quando me transformo na cama onde estou deitado, não consigo deixar de encontrar felicidade no seu olhar......................
"Amor."
Já não a via desde ante-ontem...
Hoje fui ter com ela e da minha garganta enferrujada, farta de só não poder falar com quem queria falar sai...um estupido convite para ir tomar café
Cliché dos clichés, não seria melhor ter provado o quanto sofro por ela em vez de fazer o que se faz em todas as novelas de qualidade duvidosa'?
Quase que me enojei a mim próprio nesse momento e chorei depois por achar o meu convite deprimente...
Contudo ela aceitou.
Disse quando e onde nos encontraria-mos e guardei a informação como se de ouro se tratasse,
À ida para minha casa parei para comer qualquer coisa.
Chovia como eu não queria que chovesse nessa noite.
Encontro-me à porta do café e lá está ela.
Envolta em si mesma, com o olhar fixo provavelmente nos seus pensamentos
mexia os lábios, estaria a murmurar qualquer coisa.
Sento-me.
Ali sentado imovel
com o olhar nela.
é a mais bonita.
(Apesar de a rapariga voluptuosa que esta mais atras estar a atrair as atenções dos restantes homens ali presentes)
Eu sou feliz.
Tenho medo.
Medo de que ela não seja o que a minha cabeça diz que é.
Estarei apaixonado por ela ou pela minha imaginação?
Será que quero descobrir isso?
Será que estes momentos bastam-me?
Tem bastado.
Apartir desse dia todas as semanas encontramo-nos no mesmo sitio a mesma hora.
Nunca trocámos uma palavra que fosse.
Ela entretanto casou, (vi-lhe a aliança no dedo uma noite), engravidou, teve filhos (acompanhei o processo de crescimento da barriga).
Nunca trocámos uma palavra que fosse.
Limitava-me a olhar os seus olhos como se a minha vida dependesse disso, e naquele momento...dependia.....
Espero que ela tenha feito o mesmo ao fim destes anos todos.
Ou será que não?
Não! Se alguma coisa sei é que a amo...isso
...basta.
Yours sincerely...............Kid_d

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1 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Claro e eficaz.
Como pode a palavra tão fria e descritiva resumir uma atmosfera tão penetrante?

Gostei deste bocadinho de tela!

10:29 da tarde  

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