sábado, fevereiro 19, 2011

Ravedeath, 1972




Eu gosto muito de rock, seja de que maneira for. Pesado, psicadélico, hard, matemático, progressivo, instrumental, cantado ou até folk, é um género que eu adoro. Podem considerar que sou básico, mas a grande parte das minhas bandas favoritas fazem parte desse género e sempre farão. E é por causa disso que me sinto dividido quando encontro um álbum destes, porque sei que às vezes não é o género que mais me comove ou faz pensar. É contraditório, mas é a verdade. A música ambiente, por outro lado, parece ocupar e bem esse espaço. É um género que quando acerta me leva a sitios que nunca pensei existirem, algo do outro mundo que me reconforta e ao mesmo tempo me abre os olhos.
Sabem aquele sentimento quente que sentimos quando descobrimos algo que gostamos? Aquele calor na barriga que não conseguimos identificar, aquele arrepio pela espinha que nos deixa confortáveis e ao mesmo tempo excitado, e com um sorriso que não desaparece por mais que tentamos? Sentir que encontrámos algo que nos compreende, que andámos todo este tempo á procura e que agora está aqui connosco? Isto acontece-me muito com a música e aconteceu quando ouvi em 2009 a "100 years ago" de Tim Hecker (que considerei como uma das melhores músicas que tinha ouvido naquele ano). Este ano, volto a sorrir parvamente com o seu novo álbum, um excelente exemplo de música ambiental.
Há qualquer coisa de fascinante neste álbum que nunca vos irei conseguir explicar. Quantos mais textos escrevo sobre música, mais me apercebo que não sei falar sobre ela. Sei, apenas, aquilo que sinto e isso acaba por não ser muito válido quando se faz uma critica. Mas para mim, isto é possivelmente o som do final do Mundo, um misto de ambiente dramático e mais pesado, mas sempre envolvido numa melodia doce e reconfortante. À medida que o mundo é destruido, nós sabemos o nosso destino, paramos para pensar naquilo que experienciámos e nas coisas que poderiamos ter visto. Poderia ser um tempo de choro, mas é incrivelmente calmo, tudo o que era para ser feito, foi feito e chegou a nossa hora. É isto que sinto ao ouvir "Ravedeath, 1972", e isso deixa-me relaxado.
É um álbum fenomenal e muito recomendado.


Nota pessoal - 9 em 10

Etiquetas:

0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial