EU ÀS VEZES PENSO NO QUE ESCREVO
Hoje vou escrever a coisa mais épica que alguma vez escrevi. Sim, vai ser hoje, não posso passar outro dia sem escrever isto. Vai ser tão, mas tão bom. Estou a pensar em colocar robots gigantes contra monstros radioactivos, tudo a combater por Lisboa, destruição por todo o lado. Era tão bom escrever uma coisa destas, cheio de acção e exagero, algo que deixasse as pessoas entusiasmadas. É isso mesmo que eu vou fazer.
Mas caraças, só com monstros? Hum, tenho de arranjar mais qualquer coisa. Não posso colocar só pessoal à porrada sem sentido. Quer dizer, puder até posso, mas não sei se seria o melhor. Talvez faça uma história igualmente exagerada, muito série B, cheio de personagens malucos e caricaturais. Aliás, até podia fazer uma critica qualquer ao país, assim ficava uma sátira.
Talvez aposte na história de uma nação que se tenta recompor depois de anos difíceis devido à má economia mundial e que se vê no meio de uma luta entre monstros, onde se terão de unir e encontrar o verdadeiro significado de serem uma nação. Talvez isso seja um bocado mais sério do que aquilo que queria, mas chama mais a atenção e sempre dá para as pessoas se relacionarem. Posso pegar neste tema e torná-lo um pouco mais leve, com comédia e sequências com mais acção. Sim, podia.
Mas estou a sentir que se passar tudo para a comédia, perco o tom. A união de uma nação contra um mal exterior é muito forte. Tenho inúmeras formas de construir a história, vários personagens e focar-me no espírito da nossa nação. Com os problemas que temos tido, acho que uma história destas iria levantar a moral ou, pelo menos, fazer as pessoas pensar. Pode não ser o que tinha em mente, mas funciona e bem.
E os monstros e robots? De onde vêm? Radioactivos, tudo bem, mas nós temos suficiente para criar algo desse género? Não me importo de não explicar como tudo acontece, adoro quando não o fazem nos filmes de “zombies”, mas tenho dois tons na história. De um lado, monstros gigantes à porrada, do outro, a história de uma nação que aprende a lutar. São duas fases completamente diferentes que podem ser construídas paralelamente, sim, mas uma das partes pode suplantar a outra e dar cabo da mensagem.
E qual é a mensagem? Quando monstros gigantes lutam é melhor que nos juntemos ou morremos todos? É isso que quero como mensagem? Voltando à parte da nação, a mensagem está ai tenho quase a certeza. “A união faz a força” não é do mais original que anda por ai, mas resulta. Tenho de tornar os problemas mais actuais, fazer com que os espectadores se relacionem com o que vêem no filme. Criar personagens que digam algo ao povo português, quero que saiam com vontade de abraçar a pessoa que está ao seu lado e trabalharem em conjunto para melhorar a nossa situação actual.
Tenho de tirar os monstros, começo a achar que não fazem sentido. Uma guerra seria melhor, mais real e cru. Qualquer um de nós tem medo da guerra porque sabemos que pode acontecer a qualquer momento. Sabermos que temos de lutar e que pudemos morrer assusta qualquer um. Os monstros iriam estragar essa experiência, mas a guerra vai trazer ao de cima a união e a vontade de defendermos o que é nosso.
Portugal seria invadido por uma nova super potência e seriamos os últimos numa série de invasões, tal como no século XVIII e as invasões Napoleónicas. Começamos com um país minimamente unido, todos preocupados com os seus problemas, mas que se vêem numa situação de vida ou de morte quando a invasão finalmente chega até eles. Têm de descobrir uma forma de se unirem e trabalharem em conjunto, colocar de lado os seus problemas e lutarem finalmente como uma nação. A nossa independência está em risco, temos de lutar por ela!
Ó sim, isto vai ser bom. Vai ser o primeiro filme a unir os portugueses tanto quanto um jogo de futebol conseguiria. Isto vai correr extremamente bem!
Mas caraças, só com monstros? Hum, tenho de arranjar mais qualquer coisa. Não posso colocar só pessoal à porrada sem sentido. Quer dizer, puder até posso, mas não sei se seria o melhor. Talvez faça uma história igualmente exagerada, muito série B, cheio de personagens malucos e caricaturais. Aliás, até podia fazer uma critica qualquer ao país, assim ficava uma sátira.
Talvez aposte na história de uma nação que se tenta recompor depois de anos difíceis devido à má economia mundial e que se vê no meio de uma luta entre monstros, onde se terão de unir e encontrar o verdadeiro significado de serem uma nação. Talvez isso seja um bocado mais sério do que aquilo que queria, mas chama mais a atenção e sempre dá para as pessoas se relacionarem. Posso pegar neste tema e torná-lo um pouco mais leve, com comédia e sequências com mais acção. Sim, podia.
Mas estou a sentir que se passar tudo para a comédia, perco o tom. A união de uma nação contra um mal exterior é muito forte. Tenho inúmeras formas de construir a história, vários personagens e focar-me no espírito da nossa nação. Com os problemas que temos tido, acho que uma história destas iria levantar a moral ou, pelo menos, fazer as pessoas pensar. Pode não ser o que tinha em mente, mas funciona e bem.
E os monstros e robots? De onde vêm? Radioactivos, tudo bem, mas nós temos suficiente para criar algo desse género? Não me importo de não explicar como tudo acontece, adoro quando não o fazem nos filmes de “zombies”, mas tenho dois tons na história. De um lado, monstros gigantes à porrada, do outro, a história de uma nação que aprende a lutar. São duas fases completamente diferentes que podem ser construídas paralelamente, sim, mas uma das partes pode suplantar a outra e dar cabo da mensagem.
E qual é a mensagem? Quando monstros gigantes lutam é melhor que nos juntemos ou morremos todos? É isso que quero como mensagem? Voltando à parte da nação, a mensagem está ai tenho quase a certeza. “A união faz a força” não é do mais original que anda por ai, mas resulta. Tenho de tornar os problemas mais actuais, fazer com que os espectadores se relacionem com o que vêem no filme. Criar personagens que digam algo ao povo português, quero que saiam com vontade de abraçar a pessoa que está ao seu lado e trabalharem em conjunto para melhorar a nossa situação actual.
Tenho de tirar os monstros, começo a achar que não fazem sentido. Uma guerra seria melhor, mais real e cru. Qualquer um de nós tem medo da guerra porque sabemos que pode acontecer a qualquer momento. Sabermos que temos de lutar e que pudemos morrer assusta qualquer um. Os monstros iriam estragar essa experiência, mas a guerra vai trazer ao de cima a união e a vontade de defendermos o que é nosso.
Portugal seria invadido por uma nova super potência e seriamos os últimos numa série de invasões, tal como no século XVIII e as invasões Napoleónicas. Começamos com um país minimamente unido, todos preocupados com os seus problemas, mas que se vêem numa situação de vida ou de morte quando a invasão finalmente chega até eles. Têm de descobrir uma forma de se unirem e trabalharem em conjunto, colocar de lado os seus problemas e lutarem finalmente como uma nação. A nossa independência está em risco, temos de lutar por ela!
Ó sim, isto vai ser bom. Vai ser o primeiro filme a unir os portugueses tanto quanto um jogo de futebol conseguiria. Isto vai correr extremamente bem!
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Pode ser um mau exemplo, mas isto acontece-me. Claro que não ando a escrever histórias sobre invasões, mas toda esta pequena evolução da história acaba por me afectar. Já não sou aquele gajo que tinha ideias malucas só por ter, começo a pensar nos “porquês” das histórias e qual a mensagem que quero passar. Mesmo que escreva um filme sobre monstros, há sempre algo por detrás, não são apenas monstros. É inevitável, é uma evolução e eu acho-lhe imensa piada.
Caraças, cresci.
Caraças, cresci.
Etiquetas: Cenas, Sinceridades, Texto
1 Comentários:
A melhor maneira de usares monstros e porrada a gosto sem ninguém te chatear intelectualmente é usares sempre a mesma desculpa:
"É tudo uma metáfora, não percebem?"
gui ;)
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