terça-feira, abril 13, 2010

Sonic Youth - Dirty



Hoje dormi mal. Deitei-me tarde e não consegui adormecer. Já assim ando há mais de uma semana e não sei o que fazer. Contudo, hoje foi ainda pior porque tive de me levantar mesmo muito cedo para fazer um exame médico. Basicamente, quando voltei a casa estava chateado, cansado e sem paciência. Uma das primeiras coisas que pensei foi: "eu vou destruir o Dirty quando começar a fazer a minha critica". Bem, acabei por dar um pontapé nos tomates a mim mesmo.
"Dirty" não é um álbum mau, longe disso. É, a meu ver, demasiado overrated. As espectativas são muito elevadas para o que é e ainda hoje sinto isso enquanto o oiço. Quando comecei a ouvir "Sonic Youth", a única que ouvia e lia era: "Têm de ouvir o Dirty! Sim, o Dirty! Grande álbum!" A sério, posso-me estar a enganar, mas eu acredito mesmo que este álbum seja muito mais conhecido que o "Daydream Nation". Saido em 1992, é um álbum influenciado pelo crescendo do Indie Rock e do Grunge. É basicamente um álbum "Maria vai com as outras".
Mas mesmo assim, mesmo lá no fundo, é um bom álbum. Eu sei que o tenho andado a pintar de outra forma, mas a única coisa que vos peço é que vão para ele de cabeça aberta. Não liguem a hypes de fóruns ou amigos (como me aconteceu) e oiçam como deve ser. Tem excelentes músicas, mas acho que em termos de estruturas começa a ser "meh", não surpreendendo. Contudo, este álbum marca muito aquilo que está para vir. Álbuns engraçados, com músicas mesmo más, mas também com músicas espectaculares. Quando acertam, acertam mesmo, mas quando falham...meu deus.
Uma banda tem de evoluir, transformar-se e reinventar-se (excepto os AC/DC), e consigo perceber aquilo que eles queriam fazer com este álbum, mas não consigo tirar da cabeça que foi o "Dirty" que provocou o downfall da banda durante os 90s. Eu gosto muito dos "Sonic Youth", mas agora que me afasto um pouco, consigo ver os defeitos que me falavam e penso que alguns começam aqui. Sonoridade, atitude pseudo-chateada/pseudo-youth power parva, irreverência e músicas demasiado simples e sem sabor. A banda parece que deixa de saber fazer músicas memoráveis e passa a querer agradar mais às massas. Este é um período de "hit and miss" e até algo chato de analisar, mas lá terá de ser. Mas não se preocupem tudo vai ficando melhor aos poucos e o mais engraçado é que será com a mesma ideia de "agradar as massas" que voltam ao de cima. Mas isso só mais lá para frente.
Em relação ao "Dirty", oiçam. Não é tão mau quanto eu estava a pensar. Só me chateia que álbuns claramente superiores como o "Sister" ou o "Goo" sejam eclipsados por este. Irão encontrar, sem quaisquer dúvidas, músicas que irão adorar. São músicas mais fáceis de entrar e perceber, reflectindo-se no ambiente geral do álbum. É um álbum espectacular e ao nível dos anteriores? Não, mas uma coisa que têm de perceber é que, por mais mal que eu diga, esta banda não tem um álbum verdadeiramente mau. E isso é a mais pura das verdades.
Em relação às músicas, decidi não mostrar nenhum dos singles. Não os acho assim nada de especial (principalmente a porcaria da "Youth Against Facism") e o álbum que músicas superiores. Fiquem com a "JC" e a "On the Strip". São duas músicas que eu adoro e que mal oiço falar. Para além disso, são músicas onde eu realmente gosto da voz da Kim Gordon (gosto esse que se foi desvanecendo ao longo dos tempos...). E são duas músicas que se afastam mais da sonoridade do álbum e ficam mesmo muito bem, criando momentos mais calmos.




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