segunda-feira, junho 30, 2008

O post da música

Sim, este é um post sobre música, mas não um daqueles post que vocês podem ver num blog qualquer, mas sim um post sobre música à maneira do Paperbag_Writer. Devo admitir que fiquei uns bons minutos a olhar para o titulo que dei ao post sobre música, que, apesar de não ser original, resume simplesmente que eu quero falar sobre música neste post. Mas o meu problema nem era esse, mas sim se deveria colocar numeração como costumo fazer. Bem, não sei até que ponto continuarei a falar sobre música, apetece-me expor algumas bandas e afins, mas quando não se percebe muito sobre uma determinada coisa, neste caso, a música, cria-se um post sobre isso e mete-se no nosso blog. O Boião de Cultura é o meu blog e este é o post da música.
Depois de uma introdução parva e desnecessária, este post serve para eu conseguir demonstrar a minha admiração pelos meus bateristas favoritos. Desde que comecei a ouvir "math rock" que os meus ouvidos abriram-se completamente para as maravilhas da bateria. Apresento-vos aqueles que considero os melhores dos melhores, (pelos menos até me conseguírem provar o contrário) aqueles que com uma simples bateria dão-vos cabo tanto da cabeça como de toda a vossa inteligência:

Zach Hill, dos Hella
Damon Che, dos Don Caballero
Brian Chippendale, dos Lightning Bolt

Estes três homens são os maiores, simplesmente geniais. Acredito que a maioria não ache piada a nenhuma das três bandas, ou ache que é tudo uma enorme confusão, mas epá, isto é a loucura! Nem eu sei explicar muito bem, mas vejam os videos. No caso de Zach Hill, a forma como a rapidez e a melodia se juntam para criar algo rápido, feroz e do caraças. Com o Brian, meus amigos, pura loucura, rápido, maluco, técnico e a ficar surdo por causa do volume das suas próprias músicas. E o Damon Che? Don Caballero, e mais não tenho a dizer, penso que já devem ter percebido o quanto eu gosto dessa banda e de como a bateria melódica do Damon dá simplesmente cabo de tudo.
Uau, um post sobre música, mas digo muito pouco. Eu avisei que era ao meu estilo, por isso, vejam os videos e comentem. E, como é óbvio, esta é a minha própria resposta ao video que postei dos "Toe.". Voltarei com desenhos ou outras coisas parvas, como é óbvio.

Lightning Bolt - 2 Moro Moro Land (Peel Session)


Hella - City Folk Sitting, Sitting


Don Caballero - This Badge Means You Suck



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domingo, junho 29, 2008

Tudo está mal quando...

...pedem a nossa opinião sobre uma pintura e a única coisa que conseguimos pensar é se o mesmo quadro estará ou não de pernas para o ar.

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sexta-feira, junho 27, 2008

Uma piada de...

...Guilherme Fonseca, do Ramboia Blog. Os desenhos são meus, como é óbvio, mas é mais uma colaboração que faço com o senhor Guilherme.






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quinta-feira, junho 26, 2008

Toe. - Goodbye

Como este inicio de semana tem sido um bocado complicado para escrever ou desenhar qualquer coisa, coloco este videoclip até conseguir ter mais tempo (e paciência). O video é da banda japonesa "Toe.", que, infelizmente, penso que é pouco conhecida por estes lados, e até foi uma sorte eu a ter encontrado. Como poderão ver, se clicarem no vídeo, é a doce mistura entre a música calma e quase hipnotizante com a animação em "stop-motion". "Mas se calhar essa relação tem a ver com o nome da música". Pois, se calhar até tem, mas eu não sei até que ponto este é o nome verdadeiro da música, visto que apenas o vi num dos vídeos no Youtube e a versão que eu tenho está com um nome qualquer em japonês (literalmente, com os caracteres japoneses).
Penso que é uma boa música para se ouvir quando temos um dia complicado e apenas queremos relaxar, aliás, todas as músicas dos "Toe." têm essa particularidade, usando, na maioria do tempo, um dedilhar reconfortante, deixando de lado os riffs, por vezes, poderosos que bandas como os "Don Caballero" ou até os "Volta do Mar" usam. Estes não são os melhores exemplos, mas como todos têm claras raízes math-rockianas, eu não posso fazer melhor (até porque não conheço assim tanta coisa...acho eu). Mesmo assim, ouvi-los serve como uma forma de descanso para os meus ouvidos, principalmente depois de um dia a ouvir "Lightning Bolt", "Sonic Youth", "Hella" ou até os recém-descobertos por mim, "Unwound". Sabe bem, e faz bem.
Deixo-vos o vídeo. Como podem ver, ainda estou um bocado enferrujado a falar de música, mas penso que com o tempo acabe por conseguir afinar tudo. Talvez até faça qualquer coisa sobre música aqui no blog...talvez. Se alguém conhecer esta banda ou alguma banda parecida, não tenha medo de comentar e partilhar. Se não gostam, hey, força nisso.




Um bem-haja.

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sábado, junho 21, 2008

Quando se é mudo #6.5




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terça-feira, junho 17, 2008

O melhor comentário de sempre

Meus amigos, há quanto tempo é que o Boião de Cultura existe? Já temos quase 4 anos e nunca nesse tempo nós tivemos um comentário tão bom quanto aquele que foi feito num dos meus desenhos sobre necrófilia. Durante anos, pedi, quase de joelhos, para que existissem "hate-comments", pessoas chocadas ou que simplesmente não nos achassem piada nenhuma. Eu queria criar discussões neste blog, ataques, ironia e muita raiva, mas vocês, seus pacifistas, nunca tiveram a coragem para dizer qualquer coisa desse género. Ok, o problema poderá ser que quase ninguém visita o blog, mas não é disso que eu estou a falar, até porque todas as pessoas que não visitam este lindo espaço de cultura e amizade não existem.
Por isso, senti que deveria escrever um post inteiro para agradecer à pessoa que escreveu o melhor comentário de sempre no Boião de Cultura. Eu tenho uma pequena impressão de quem é, o que põe a tua vida em sério risco, mas o meu obrigado por teres entendido o que este blog representa para a sociedade portuguesa.

"Tu não tens coração", escreveu o leitor Vitor no post "My Life as a Necrophilian #7". Ficarás para sempre no meu coração e espero que continues a dizer as coisas que dizes aqui no blog. E por favor, aprendam com ele, um visionário.


Obrigado.

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domingo, junho 15, 2008

Quando se é mudo #6




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sexta-feira, junho 13, 2008

Coisas da Infância #2

À medida que me recordo, ou me apercebo, de certas coisas que eu via, ouvia ou jogava quando era uma criança, começo a perceber lentamente o porquê de ser como sou. Claro, desenho sobre muita coisa, faço piadas sobre coisas que culturalmente estão erradas, mas eu não quero saber. Depois de vos ter apresentado a banda "The Prodigy" como um possivel começo para a maluqueira que se instalou na minha cabeça, é com algum orgulho que vos apresento uma outra banda, muito antes dos "The Prodigy". Sim, a banda que irei apresentar compôs a primeira música que eu simplesmente adorei, com ou sem boas razões, que me fez dançar e saltar quando ainda era uma criança (isto sem contar com a música de inúmeros génericos de desenhos animados ou da clássica banda sonora do grandioso "Robocop"). Só guardava boas recordações dos tempos em que a ouvia no quarto do meu primo, à medida que amigos diziam "das melhores bandas do mundo". Bem, estávamos no inicio dos anos 90, por isso, até se pode perceber.
Qual é a banda? Bem, são os "The Sisters of Mercy", uma banda gótica dos meados dos anos 80, talvez dentro do mesmo género que os "Bauhaus" ou até dos "The Cure". Sim, música gótica, foi aqui que eu comecei. Não foi com a "dance music" ou com os "Onda Choc", mas sim com uma boa dose de cavalo de música gótica, pronta para destruir o meu cérebro ainda em desenvolvimento. Claro que jogar "Contra", para a NES, como o primeiro jogo também não ajudou, mas isso é outra conversa.
Portanto, eu tinha uns 4 ou 5 anos e ouvia a "Temple of Love", dos "The Sisiters of Mercy". Durante anos, deixei esta adoração adormecida no meu coração e fui-me aventurando por outros género, como o metal, o rock alternativo, a electrónico, sei lá, qualquer coisa para além de música gótica. Tudo regressou quando conheci "Eu.", ex- Monsieur-Chinese, mostrando-me o álbum completo da banda. E o que estava no álbum? "Temple of motherfuckin' Love"! Recordei esses tempos, senti-me bem e deixei as coisas andar. Contudo, meus amigos, as coisas evoluíram e hoje em dia existe uma coisa chamada "Youtube". Se através do "Youtube" vos trouxe bandas como os "Sebadoh", os "Sonic Youth" ou os "Don Caballero", também tenho o prazer de vos mostrar os videoclips dos "The Sisters of Mercy". Basicamente, são do melhor que podemos encontrar na classe "80s + Goth". São do caraças, e uma boa maneira de me fazer pensar "no que raio é que eu estava a pensar naquela altura para ouvir isto?". Não devia estar a pensar em nada, como é óbvio, e como ainda hoje é hábito. Mesmo assim, eu até acho piada às músicas, têm um sabor estranhamente reconfortante e nostálgico.
Oiçam lá os grandes "The Sisters of Mercy", e digam lá se não é bom!

The Temple of Love (esta não é a versão original, mas como tem videoclip, não resisit)


Dominion


Lucretia, My Reflection


P.S. - dos melhores óculos escuros de sempre.

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quarta-feira, junho 11, 2008

Experiência XII

- Onde é que eu estive este tempo todo?

À sua volta, as pessoas correm na sua direcção. Está deitado no chão, mal consegue abrir os olhos, fixando-se no céu azul. As pessoas parecem estar a gritar, mas todos os sons estão abafados.

- Parece que foi há pouco tempo que tive naquela praia com ela, até ao anoitecer, só os dois, num pequeno piquenique.

As pessoas aproximam-se. Lentamente, mais pessoas saem dos sítios onde estavam escondidas. Do outro lado da rua, um homem é encostado ao chão por outro homem.

- Ainda a estou a ver caminhar calmamente pela praia vazia, ao som das ondas, do mar calmo. Virando-se para mim, sorrindo e pedindo que a acompanhasse.

As pessoas fazem um círculo à volta dele, tentam-lhe dizer qualquer coisa, mas ele não quer saber. O seu olhar está vidrado no céu azul, no final de tarde que se aproxima.

- Dar-lhe a mão, vê-la envergonhada, mas feliz. Dizer-lhe coisas parvas, fruto do nervosismo, com medo de a chatear. A brisa que passa por nós e lhe leva o chapéu, fazendo-o cambalear na areia.

As pessoas estão visivelmente transtornadas. Um dos homens chama alguém que está longe, grita, mexe os braços. O outro homem estendido no chão é preso por mais dois homens, parecendo estar estranhamente calmo. Uma das pessoas aproxima-se do grupo que está à sua volta.

- Correr atrás do chapéu, com ela, e quando o finalmente apanho, desequilibro-me e levo-a comigo. Caio na areia, com o seu olhar por cima do meu. Os seus braços ao lado da minha cabeça e os seus lábios descrevendo-me palavras impossíveis de pronunciar.

Uma das pessoas rasga uma camisola branca. Continua a chamar a pessoa que se aproxima. Ao longe, vemos as luzes das sirenes. “Vai correr tudo bem”, diz o homem enquanto prepara o bocado de camisa rasgada. O céu começa a ganhar tonalidades mais acastanhadas, a tarde aproxima-se.

- Lembro-me de percorrer a praia, quase de noite, de mãos dadas. Da forma como sorrias cada vez que tentava dizer qualquer coisa engraçada e de como eu adorava cada vez que dizias algo. Na viagem para casa, pousaste a tua cabeça no meu ombro e dormiste.

A ambulância entra na rua principal, o grupo à sua volta começa a dispersar, caminham na direcção dos enfermeiros. Do outro lado da rua, um carro da polícia pára perto do homem estendido no chão, levando-o preso. O resto dos polícias aproxima-se dele, um dos olhos já está fechado.

- Meu deus…isto foi há quanto tempo? Onde é que eu estive este tempo todo?

Os enfermeiros estão perto dele, pela primeira vez, desvia o olhar do céu avermelhado e olha para o seu lado. Um pouco mais à frente, uma jovem mulher está estendida no chão, o seu cabelo tapa-lhe a cara, está imóvel. Um grupo de enfermeiros tenta ajudá-la. Com uma das suas mãos, repara no sangue que lhe cobre toda a camisa. Os candeeiros da rua começam-se a acender e as luzes das sirenes começam a ficar mais presentes.

- Onde é tu estiveste este tempo todo? Onde é que nós deveríamos ter estado?

Olha novamente para o céu, para o último raio de luz no horizonte, para a última faixa antes da dança de sombras que cobrirá todos os prédios. Um final de tarde, um anoitecer. Na sua outra mão, um chapéu de senhora. Os enfermeiros tentam falar com ele, mas não os ouve. A jovem mulher é levada para a ambulância, ele fecha os olhos.

- Desculpa se o vento fez o teu chapéu cair, não te preocupes, eu apanhei-o. Ainda consigo ouvir as ondas e a concha que te dei naquele dia.

Os enfermeiros apressam-se para o ajudar. Já de olhos fechados, expressa um sorriso.

- Não te preocupes, o carro não está longe. Vamos caminhar mais um bocado, está bem?

As luzes percorrem a rua, o grupo de pessoas vai-se afastando ao sinal dos enfermeiros, que batem no peito dele. A ambulância com a jovem mulher já desapareceu e os carros da polícia fecham as entradas para a rua. Nas janelas, os habitantes observam o que se passa, comentando. A tarde já acabou.

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sexta-feira, junho 06, 2008



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