sábado, setembro 22, 2007

Bloody Business

"Merda adormeci outra vez debaixo da cama. António? ANTÓNIO?"
"Tou na casa de banho."
"Ah!.....................................mas a cagar?!"
"NÃO! Tou a mijar, a ler a Caras...............................................e a cagar."
"Então porque é que disseste que não tavas a cagar?!"
"Porque também tou a mijar....e da maneira como fizeste a pergunta pareceu-me que a resposta só podia ser uma e não duas...ou era cagar ou mijar...como eu tava a fazer as duas coisas optei pêlo mijar."
"Tão mas também me deste duas respostas: mijar e ler a caras........e desde quando é que mijar tem mais valor do que cagar?"

O que não é o António vai contra uma pessoa deitada a dormir à porta do seu quarto.

"Quem é esta António?"
"ESTA QUEM CARALHO?! TOU NA CASA DE BANHO....NA CASA DE BANHO A CAGAR A MIJAR E A LER A CARAS.....FODASSE, CHATO DO CARALHO!"

O que não é o António biqueira ( dar biqueiros) a rapariga......o António sai da casa de banho e traz o cheiro com ele....

"Man, temos que ir vender sangue se não não há erva pra ninguém."
"Ok, traz os pensos higiénicos da tua namorada....."





"E depois o ecrã fica preto e é assim que o meu filme acaba." diz PaperBag_Writer perante os olhares incrédulos de quem o ouvia......

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quinta-feira, setembro 20, 2007

Experiência VIII

- Das duas uma, ou temos o Inverno mais quente ou temos o “Verão” mais frio de sempre...

- O tempo anda esquisito, qualquer dia nem estações do ano temos.

- É exactamente disso que eu estou a falar! As pessoas preocupam-se tanto com essas tretas das florestas e o caraças, mas não há nada que melhore.

- Mais vale lixar logo tudo de uma vez e depois logo se vê.

- Claro, não que nós deixemos cá alguém a sofrer com os nossos erros.

Frank e Steve sorriem, dando os últimos retoques nas suas máscaras de palhaçoes. Depois de vários empregos falhados, Frank decidiu ajudar o seu amigo no seu mais precioso sonho: ser palhaço em festas para crianças. Como não tinha muito mais na vida, Frank deixou-se simplesmente ser palhaço.

- Estás preparado?

Frank olha-se ao espelho, ajustando o batôn.

- Deixa-me arranjar os lábios e meter mais pó-de-talco. A ver se disfarça a ressaca.

- Temos de começar a ir menos vezes ao Joe’s.

- Isso é o que nós dizemos todas as noites, mas...o que há mais? Um trabalho de 8 horas e uma mulher em casa?

Steve parece um pouco mais abatido, perdido em alguma das suas memórias.

- Não digo isso...apenas quebrar a rotina...beber e entreter putos que nem gostam de nós.

Frank aproxima-se de Steve e dá-lhe uma palmada reconfortante nas costas.

- É aquilo que nós escolhemos, só temos é de a viver.

Steve parece compreender, ou pelo menos querer compreender o que poderá Frank estar a sentir. Na verdade, Frank não escolheu rigorosamente nada, deixando-se levar pela sua maldita vontade, acabando nas piores situações possiveis. Ao menos com Steve, sabia que existiria alguém tão mau quanto ele.

- Qual é o número que utilizamos hoje?

- Epá, vamos para um mais calmo. Está-me a doer a cabeça e quero-me mexer pouco.

- Balões em forma de animais?

- Só se tu atares a porcaria dos balões.

- Está bem...(suspira). Vamos a isto.

Steve empurra a porta de um dos roupeiros da casa e saem completamente alegres para entreterem as crianças, que, com a sua chegada, soltam enormes gargalhadas que ecoam pela casa, fazendo-se ouvir por todo o bairro. As crianças estão felizes, mas eles não e isso era algo com que eles teriam de viver para sempre.
Após a festa, Frank e Steve acabam por voltar ao Joe’s. Tanto um como o outro, tem uma caneca de cerveja na mão, um olhar vazio e um enorme silêncio. O bar está praticamente vazio e o empregado anda a limpar o chão. Frank parece estar bêbado.

- Sabes o que é que dizem que é mais importante?

Steve leva a caneca à boca.

- A beleza interior. Sabes o que isso é? Aquelas tretas todas sobre o quanto tu podes ser belo se fores uma boa pessoa...

Steve olha para Frank, que continua com um olhar meio perdido enquanto vai falando.

- Não acreditas nisso?

- Isso não interessa, lá se tu acreditas ou não, não vai fazer com que os outros acreditem. Sabes o que são desculpas? É isso que aquilo é.

Frank bebe o resto da cerveja.

- Se tu és feio, vais sempre pensar que és uma pessoa bonita no interior, porque nunca ninguém te dá a hipótese de mostrares realmente quem és. E por isso mesmo, sonhas por uma princesa qualquer que um dia olhe para ti e dia, “Uau, aquele monte de merda deve ser mesmo uma pessoa mesmo bela, mesmo lá no fundo.”

Frank pousa a caneca.

- Tretas.

Steve desvia o olhar de Frank, fica meio perturbado com toda aquela conversa. Olha para o resto da cerveja, mas põe a caneca de lado.

- Elas só querem saber como tu és cá fora, mais nada. E é com isso que nós temos de viver.

- Acho que nos temos de viver com muitas mais coisas.

Frank sorri.

- Por isso mesmo é que vamos ser sempre os mais belos deste bar, ou lá no que quisermos acreditar.

Steve dá uma palmada nas costas de Frank.

- Que isso seja um bom motivo para continuarmos a vir aqui todas as noites, sem problemas.

- Ámen.

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quarta-feira, setembro 19, 2007

Something´s wrong with you

"Não te preocupes, eu telefono-te quando chegar a casa. Queres? Eu compro então...vê isso como uma prenda...sim, já vou atrasado para a consulta mas não há problema, acho que o dinheirão que lhe pago dá-me o direito de chegar um bocado atrasado vá tchau, beijinho."


Ele passa o consultório e vira à esquerda e segue por um caminho onde só se passa de lado e onde está sempre a chover, como o caminho é tão estreito não consegue virar a cabeça e é mesmo obrigado a cumprimentar com o olhar a sua velha amiga, a agora prostituta Laura, que à pouco tempo deixou de se prostituir por uma dose de heroína...passando agora para meia dose e a edição do correi da manhã do dia seguinte...
( Saiu a sorte grade ao puto dos jornais)
Pensa o estupido achando-se muito esperto, como se se uma diferença entre os dois tivessse sido implantada na cabeça dele....
Fica com o casaco preso em arame farpado.....
"Merda!"
"Se eu fosse a ti não dizia palavrões nesta zona, as pessoas podem-se exaltar."
Mostra-se uma figura sentada num dos muros que forma o caminho pequeno e estreito, figura jovem e doce aos olhos que no caso dela são da cor do muro...cinzento.
( Será que ela é feita de cimento? Terá o coração cinzento como pedra? ou cinzento como aqueles dias serenos de céu nublado? Terá ela os pulmões não cheios de alcatrão mas de cinza? Não terão as mãos dela um toque àspero e rude?)
Ela empoleira-se no muro estreito metade do caminho estreito.
"Estava a ver que hoje não vinhas...já tinha saudades tuas."
"Desculpa atrasei-me um bocado..."
"Tiveste problema em arranjar desculpa?"
"Nada disso pá, agora tenho uma que me tem safado, arranjei um psiquiatra imaginário...sai mais barato."
"Se tens uma desculpa dessas porque é que vieste só hoje?"
"Sabes não é todos os dias da semana."
"Ya, os psiquiatras imaginarios são uma merda."
Ela segue pé atrás pé à frente sem precisar de olhar para a cor dos seus olhos, pois aquele caminho ela conhece como ninguem.
Chegam os dois a uma casa com aspecto velho mas bem arranjadinha por dentro - uma senhora já de certa idade sentada numa cadeira já com uma certa idade ao lado de uma cama onde estava uma senhora ainda sem essa certa idade.
"Como é que ela está?"
"Na mesma ora, como é que o senhor quer que ela esteja?"
Ele não diz mais nada - e o tempo passa a correr....
A senhora na cama não faz mais nada para além de respirar.
A miuda, ca fora, olha para o céu.
Ele levanta-se....deixa dinheiro na mesa. A miuda mexe o olhar.
"Só?"
"Não posso deixar mais...não está fácil."
"Pois, os psiquiatras imaginários são caros não é? A ultima vez que vi custavam meia dose de heroina e uma edição do correio da manhã."
Ele dá um beijo na testa da miuda...
"Toma conta da tua mãe ok?"
"Não se preocupe....eu ajudo-a"...diz a de certa idade.
Olha uma ultima vez para os olhos cinzentos iguais ao seus.
Sai.
"Sim querida, já saí da consulta tou a ir para casa agora....."

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domingo, setembro 16, 2007

Chung Lau não gosta de vocês!

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sexta-feira, setembro 14, 2007

Chung Lau Strikes Back!

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quinta-feira, setembro 13, 2007

Farma-Drive

Eu não sei como é que são as vossas vidas, mas a minha é muito esquisita, o que me deixa, por vezes, muito preocupado com as coisas que eu supostamente vejo. E é por isso mesmo que o Farma-drive deve ser a melhor invenção deste século, porque vem demonstrar que eu nem sou assim tão maluco como certas pessoas dizem (como por exemplo, eu).

Então vamos lá a ver uma coisa, para que serve o Farma-Drive? Bem, se já foram a um McDonalds, talvez tenham visto um Mac-Drive ou algo parecido, é algo que aparece muito nos filmes ou séries norte-americanas. Basicamente, fazemos o nosso pedido dentro do carro e depois vamos buscá-lo numa janelinha mais à frente e é só seguir em frente. Tudo bem, estamos a falar de comida, mas e quando são medicamentos? Imaginem isto, vão comprar um medicamento qualquer e decidem experimentar o Farma-Drive, será que também têm o “menu” para escolherem?

- Boa tarde, queria um Ben-u-Ron (olha para o menu), e também um Fenistil gel para acompanhar.

- E não vai querer um supositórios para uma futura gripe?

- Sim, também vou levar uns.

- Temos também uma promoção nos Guronsan, leva 2, mas só paga 1.

- Bem, é melhor estarmos sempre preparados para tudo.

- E vai ser tudo em 1 ou 1000g?

- O maior, se faz favor.

E depois disto, pegamos nos nossos medicamentos e arrancamos todos felizes para a santidade do nosso lar, onde podemos tomar todos os medicamentos sem termos pessoas a olhar para nós. Se calhar isto até faz falta, mas se calhar, por outro lado, também não faz assim tanta falta. Acho que é como tudo na vida, quando se quer algo, tem de se querer, ou elas vão-se embora e transformam-se em Farma-drives. Isto não faz sentido.

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quarta-feira, setembro 12, 2007

Quando se é surdo Ou Os dramas reais de uma vida menos apreciada



OK, vocês já sabem como é, quero hate-comments, mas daqueles que me façam chorar à noite como se fosse uma menina de 5 anos. Caso não consigam fazer isso, eu mato-vos. Eu estou a brincar.


Obrigado.

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quarta-feira, setembro 05, 2007

Experiência VII

- Temos aqui um grave problema.

André dá voltas à mesa, olhando para Rui.

- Há aqui uma enorme falta de confiança, que eu simplesmente não percebo.

Rui levanta-se rapidamente da cadeira, aproxima-se de André de uma forma ameaçadora. Agarra a sua mão, prendendo-o a si.

- O que há aqui é insegurança, nada mais.

André fica atordoado, talvez porque aquilo que Rui diz ser verdade ou pelo simples facto de não ser mais que um comum cobarde a tentar ser corajoso.

- Tu sabes que eu tenho razão. Deixa-te destes números idiotas e tentar fazer qualquer coisa antes que seja tarde.

André parece cada vez mais abatido e acaba por deixar descair o corpo. Senta-se no chão, não olhando para Rui.

- Só não quero que tu me deixes aqui sozinho, nada mais. Quero (faz uma pausa), que volte tudo ao normal, aos tempos em que éramos só os dois a correr pelos campos, a jogar à bola ou ainda a passear pela grande cidade quando podíamos...

Rui também se senta no chão, mesmo ao lado de André.

- Onde é que estão esses tempos? Parece que tudo desapareceu com a suave, mas cruel brisa do Árctico...

André esconde a cara entre as pernas, talvez para chorar ou talvez para reflectir sobre a passagem do tempo e das nossas vidas. Rui, em silêncio, abraça-o, deixando cair uma pequena lágrima.

- Mesmo que as nossas vidas tenham mudado, tu farás sempre parte de mim e eu farei sempre parte de ti. A ligação que temos será sempre mais forte que qualquer canto das Sirenes, ou dos perigos do crescimento humano. Eu e tu somos amigo, e nada poderá mudar isso.

André levanta a cabeça, Rui sorri. Os dois voltam-se a abraçar, fechando, assim, todos os problemas que a sua amizade poderia ter. Agora eram novamente amigos e isso poderia levá-los a qualquer sitio, sem problemas. Rui levanta-se, ajudando André.

- Bem, temos de sair daqui antes que...

E uma enorme onda de água entra pela porta da direita, levando os dois amigos, cada um para seu lado. Perdidos nas águas frias, tentam reencontrar as suas mãos quentes, como tinha prometido. Contudo, nunca mais se viram...

Na proa...

- Capitão, temos quase todos os passageiros nos barcos de salvamento.

- Tens a certeza?

- Bem, haviam aqueles dois, mas estavam a ter “aquela conversa” e...sei lá...decidi não entrar...

- Ah, “aquela conversa”...

- Sim...

- Oh...pois, quer dizer...é melhor não termos nada a ver com isso...

- Eles devem saber o caminho...

- Olha, eu cá só sei uma coisa, que não os queria no meu barco!

Os dois começam-se a rir e caminham em direcção aos barcos de salvamento.

- Capitão, você é o maior!

E o barco afundou-se lentamente nas águas geladas, selando, para sempre, os laços de uma amizade.

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terça-feira, setembro 04, 2007

Oh Jesus

Todos já sabem o quanto eu gosto do humor de Mar M. e do seu grande Sick Animation, mas aquilo que podem não saber é a quantidade de grande músicas que ele consegue criar. Serão músicas normais? Bem, estamos a falar da mesma pessoa que criou " The Red Diamond Dragon Club", por isso, não, são tudo menos normais. No entanto, não deixam de ser algo do outro mundo, muito pelo seu humor quase desnaturado (ora aqui está uma palavra que não utilizo muito, mas que até acho que fica bem numa frase) e demasiado gráfico para estar para aqui a descrever. Por isso mesmo, para festejar o lançamento de "Sick Animation: The Ultimate Party Collection Vol. 1", aqui fica o video do primeiro single, "Oh Jesus."



Mais coisas muito em breve, senão levam com mais desenhso que se lixam.

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