sábado, julho 21, 2007

Chung Lau não gosta de vocês! - Episódio IVXII

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sexta-feira, julho 20, 2007

Experiência VI

- O que acha?


O director olha para as fotos. Está sério.


- Não sei o que lhe possa dizer.


O rapaz parece preocupado.


- Mas...mas eu dei tudo o que tinha para tirar essas fotos!

- Digamos que simplesmente não tem o talento.


O rapaz fica abatido, quase soltando uma pequena lágrima.


- É um jovem talentoso. Existem tantas carreiras que pode seguir, só tem de se concentrar numa.


O jovem limpa as lágrimas e retira as fotos da mão do director.


- Como posso ser alguém, se nem para prostituto infantil sirvo?


O director ri-se.


- O mundo da pedofilia é muito pequeno, e esse teu rabo é demasiado grande.

Numa carrinha, algures no exterior, dois agentes escutam a conversa.

- O que é que ele disse?

- Acho que disse “rabo”.

- Rabo? Dá-me a lista das palavras ofensivas.


O segundo agente passa um longo papel.


- Não está aqui nada sobre “rabo”.

- Mas ele mencionou alguma coisa sobre o tamanho.

- E meteu algum órgão sexual masculino ao barulho?

- Não, mas...

- Pensa desta forma, se calhar está só a fazer um pequeno comentário. A avisá-lo que realmente deveria fazer algum exercício.

- Isso não faz sentido. Nós temos dados suficientes que provam que ele faz parte da maior rede de pedofilia do mundo.

- Sim, mas foi o rapaz que lhe mostrou as fotos todo nú.

- Esse argumento é estúpido.

- Pode ser, mas não quero prender um homem inocente porque disse a palavra “rabo”.

- Ele está a tocar-lhe na perna. Temos de fazer qualquer coisa!


O primeiro agente fica em silêncio, pensativo.


- Tudo bem, mas tu é que preenches os papeis se tiveres errado!

De volta ao quarto.

- Realmente, os teus músculos das pernas são fortes. O que me faz mais confusão é que faço desporto há mais de 20 anos e não consigo ter uns músculos assim.

- Se calhar é a idade, já não é um homem novo.

Os dois agentes entram pelas janelas do quarto.


- QUIETO!

- LARGA A MERDA DAS FOTOS!

- O que é que eu fiz?!

- Estás preso por tráfico de fotografias pornográficas!

- Mas...como é que descobriram??

Neste momento, o rapaz começa-se a rir.


- Fui eu.

- Tu?!

- Sim, eu. Porque na verdade, eu sou o agente Domingos, da 3ª esquadra.

Naquele momento, Domingos retira a máscara de rapaz inocente, ficando com um físico de um homem de 40 anos, ainda por cima de bigode.


- Levem-no, rapazes!


Os agentes levam o homem para a carrinha, mas antes de sair do quarto, consegue ainda gritar para Domingos.


- Como é possível ser esse rapaz da fotografia, é impossível!


Domingos ri-se, pega novamente nas fotos.


- Porque é o meu filho.

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Almighty John Samus - Exploding Rage

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domingo, julho 08, 2007

E agora...

O primeiro vídeo do Boião de Cultura. Sim, eu sei que já dá para meter vídeos há muito tempo, mas, como é que eu posso dizer isto? Nós somos estúpidos.
Porque é que eu escolhi este vídeo? Bem, acho que tem um pouco daquilo que tentamos fazer aqui: irritante, divertido, inesperado, colorido e sei lá mais o quê, até porque eu estar a explicar o porquê da escolha desta vídeo já é muito mau.
Vejam a porra do vídeo ou passem à frente dele e mudem de blog/site (até dizia para lerem o resto, mas quem sabe?)




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sábado, julho 07, 2007

Myspace

Depois de tanto tempo sem ouvirmos falar da grandiosa banda Xico Mendes & Xicometes, chega a surpreendente noticia que se aventuraram nas santas terras virtuais do Myspace. O que eles vão ganhar com isso? Não sei bem, mas poderá ser uma forma de os motivar a acabar o maldito segundo cd que está em produção há mais de dois anos.
Após a construção do site, esta é a segunda tentativa da banda se integrar no mundo virtual que tanto os confunde. Poderá ser desta, quem sabe?
Para além desta nova aposta, chegou-me aos ouvidos que um documentário sobre a banda poderá estar a ser pensado e construído. Só boas noticias para quem ainda gosta de se rir com esta banda do sub-underground português!


Aqui fica o link: www.myspace.com/xicomendes

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quinta-feira, julho 05, 2007

Experiência V

Do palco, um homem olha para a plateia. Tem uns olhos tristes, mas profundamente verdadeiros.

- Meu caros colegas, a vida é uma simples necessidade que temos em relação à leis do Universo. É tudo aquilo que se junta e se forma conforme a nossa vontade.

As pessoas parecem chocadas. Do meio da plateia, levanta-se um homem com uma pistola na cabeça.

- Está errado, meu bom homem. A vida é tudo o que passou, sendo revista através das imagens guardadas nos nossos olhos. É o vazio completo que guarda a minha alma, e aquilo que me faz querer desaparecer.

O homem do palco olha para as suas mãos, que vão ficando cheias de sangue. Leva-as à cara e cobre os seus olhos.

- Agora vejo a verdade. O mundo é vermelho, a vida é sangue.

Todas as pessoas levantam-se, viram as costas, em simultâneo, para o pobre homem.


- (em coro) Nada podemos ouvir, pois nada pode vir do vermelho.

O homem baixa a pistola e chora.

- Então a vida não pode ser ouvida ou percebida. Quem sou eu?

As luzes apagam-se. Do fundo da sala, dois jovens caminham em direcção ao palco. Não se olham.
O homem no palco desaparecer lentamente na escuridão da cortina preta. Ao chegarem ao palco, duas luzes focam os jovens, que estão de costas um para o outro.

- Quem somos nós, se não os restos daquilo que vocês produzem? Quem somos nós, se não aqueles que morrem todos os dias da neutralidade da vida citadina e comercial?

- Somos o Nada, a verdadeira essência da vida. Estar silencioso é estar morto, e todos nós nos calamos.

- Estamos todos mortos.

As duas luzes apagam-se e a sala fica num completo silêncio. Aparece lentamente FIM.

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As luzes da sala de exibição acendem. No fundo da sala, está sentado Manuel Barros, professor de cinema. Mesmo na primeira fila está um aluno de cinema atento, fumando um longo cigarro melancólico, envolto num construtivo pensamento global da vida. Vira-se para trás, lentamente.

- O que achou, professor?

- (esfrega os olhos) Bem, isto é sobre o quê?

- O que poderia ser? Claro que todo o ser humano tem o direito de saber aquilo que vê através de ele mesmo. Quem somos nós, artistas, para condicionarmos o bem mais precioso da vida humana.

Manuel olha para o aluno.

- Não respondeste à minha pergunta...

- Penso que respondi, professor. Para mim, cada um pode interpretar a minha obra como quiser.

- Sim, mas agora quero saber a tua visão.

- Qual foi a sua interpretação?

- Não estamos a falar de mim...mas...

- Eu tenho o direito de saber, não achas? Até porque estou a ser aliviado.

Manuel ajeita-se. Guarda o caderno de apontamentos na mala e levanta-se. Prepara-se para sair.

- É sobre o crescimento da vida enquanto adolescente, onde todas as nossas questões parecem vazias para alguns, e, por isso, a maior parte dos jovens não diz aquilo que sente. Isto é o grito de revolta. O que achas?

- Acho que cada vez odeio mais alunos de cinema...

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