quarta-feira, setembro 27, 2006

Chung Lau não gosta de vocês!- Episódio 1






























Aqui está a primeira aventura de Chung Lau a solo. Como podem ver, ou concluir (é como vocês quiserem), vamos seguir o dia a dia desta personagem, onde a violência e o humor negro bebem chá todas as tardes antes de voltarem para casa. Esta primeira amostra é ainda uma experiência e exploração do que posso fazer com o personagem e também marca o meu regresso à porcaria do Paint e aos desenhos especialmente mal desenhados (quer dizer, o último que fiz também foi no paint, mas tive a ajuda de fotografias).
Claro que o começo das aventuras do Chung Lau não significam o fim das aventuras de John Samus, o personagem que começou tudo isto. para breve mais de John Samus e de Chung Lau.


Obrigado.

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domingo, setembro 24, 2006

Pedro, o milionário ou a queda da TVI

Desde que comecei a escrever para este blog nunca perdi o meu tempo de escrita para criticar o que estava a passar na televisão. Apesar de o fazer fora deste espaço, nunca foi um tema que me metesse logo a escrever, tendo sempre este pensamento “epá, não vale a pena, já tantos gozam com isso que não ia dizer nada de novo”. Sim, este era o meu pensamento até ontem de manhã, quando a TVI conseguiu surpreender-me mais uma vez. Sempre pensei que não podia ir mais baixo que o programa “O meu odioso e inacreditável noivo”, aliás, nunca pensei que fosse mais baixo que uma “1ª Companhia”, mas parece que a TVI gosta de me surpreender, não pela negativa, mas pelo nojo completo.
Desde o aparecimento do Big Brother, que toda uma série de reality-shows tem vindo a assombrar a televisão nacional, onde todas as estações pareciam querer um bocado desse, digamos, dinheiro fácil. Sim, porque não me venham com tretas que é só a TVI, porque também a SIC nos deu pérolas como os Acorrentados e o Bar da TV (nunca mais me esqueço da vergonha que uma das concorrentes passou por ter um vibrador no quarto). Como podem ver, a TVI pode ser a escumalha completa, mas todos (menos a RTP, e louvada seja a RTP) tentaram ganhar dinheiro com a “vida em directo” de pessoas que nunca mais vimos na nossa vida, ou se vimos foi porque um se matou, bateu em alguém, ficou podre de bêbedo ou separou-se da mulher que conheceu dentro da casa.
Com o final da exploração da formula do Big Brother, e após terem metido as supostas “estrelas” nacionais na casa, a TVI decidiu passar para outra forma de abrodagem, e é a partir daqui que tudo vai abaixo. Depois da Quinta das Celebridades e a 1ª Companhia, a única coisa que eu desejo é que não tenham sido invenções portuguesas, que tenham sido adaptados de um outro programa qualquer, porque mais vale estarmos a imitar esta porcaria do que alguém se levantar a meio d euma reunião na estação televisiva e dizer “uau, tive uma grande ideia! E que tal celebridades a viverem no campo?”. A meu ver, isso seria ainda pior, porque mostrava o quanto os portugueses andam com falta de imaginação...
Agora, e depois de terem explorado tudo o que havia para explorar e após terem casado tudo o que havia para casar, a TVI aposta no que irá ser o programa mais deprimente de toda a televisão portuguesa, ultrapassando, e bem, o gajo que entra n’As Pistas da Blue. Este é aquele tipo de programa que eu via ser gozado nas mais variadas sitcoms e pensava sempre que nem a TVI ia aceitar fazer aquilo, era demasiado baixo. Não, meus amigos, não era demasiado baixo para a TVI, porque está por estrear o grande “Pedro, o milionário”.
Devem estar a pensar no que consistirá este novo programa, se não viram os anúncios na TVI, eu explico-vos aquilo que sei sobre esta nova epidemia. Pelo que eu consegui perceber daquilo que vi no anúncio e dos programas que passavam noutro paises, são várias mulheres que tentam agradar um milionário para que ele as escolha e case com uma delas. Se ainda não se estão a rir, ou até mesmo a chorar, ainda há mais. No final elas descobrem que este tal Pedro não é um milionário. Ora bem, recapitulemos: um número de gajas que se juntam a um programa por poderem casar com um milionário, descobrem que ele não o é? Mas que raio é isto? Para além de ser a coisa mais fútil que vi na televisão, a seguir a muitas das aventuras dos Morangos com Açucar, como é que acham que uma mulher vai reagir ao saber que o homem milionário que queriam não o é? Porra, espero que ela lhe dê um tiro! Porque é gozar com quem trabalha, então anda ali a rapariga a vender-se e depois descobre que vai ficar com um gajo que ainda é capaz de ter menos dinheiro do que ela? Por amor de Deus, isto não se faz! Espero que respeitem ao máximo aquelas raparigas que apenas procuravam o amor verdadeiro. Sim, porque no fundo, é isso que a TVI quer, que uma delas diga que o ama mesmo não sendo um milionário. Pois eu cá espero que ela goze com ele e lhe bata, para ele aprender a não gozar com o sexo feminino.
E pronto, aqui exponho o nivel mais baixo que a televisão portuguesa podia atingir, e acho que agora é quase impossivel descer mais baixo, mas nunca se sabe, depois de apostarem num programa destes eu já não posso dizer nada. E uma última coisa, dirigida ao pessoal que critica a Floribella, pensem bem antes de a criticar, porque temos de ter em mente que aquilo é um programa para crianças e que, a meu ver, conta um conto de fada e há que louvar que o façam nos dias de hoje. Sim, eu sei que aquilo é mais uma forma de ganhar dinheiro à custa das crianças, mas até em termos de actores e de valores a Floribella ganha aos Morangos com Açucar, sendo a melhor hipótese para as crianças. O pessoal fica chocado quando eu defendo o programa, e não, não o vejo, mas admito que perdi uns minutos a ver aquilo e desejo que mais pessoal o faça e só depois critique, mas tenham smepre em mente que aquilo é para as crianças, e que só de ser um conto de fada já é bom. Hey, quem é que não gostava da Cinderela quando tinha 6 anos? E assim fecho este “pequeno” post sobre os programas mais estúpidos da televisão nacional.


Obrigado.

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quinta-feira, setembro 21, 2006

Um velha piada...











De forma a comemorar a estreia do novo
filme de Oliver Stone, World Trade Center, decidi
revisitar uma velha piada. Tal como no filme,
seguimos duas personagens, mas que nesta piada
os dois rebentam logo no inicio...

Quero hate-comments.



Obrigado.

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quarta-feira, setembro 13, 2006

Novo Super Hit- Cuspo com cor de coisas que normalmente não saiem pela boca.

Um singalong pra cês:


Si Dó# Sol
A minha Carolina tem Sida

Lá Fá
A Gabriela também vai ter


(...)

Repete-se até o corpo entrar em combustão espontanea.








Yours sincerely...............Kid_d

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terça-feira, setembro 12, 2006

Monty Python and the Holy Grail

Há um filme que qualquer pessoa que goste de comédia não devia mesmo, mas mesmo perder: "Monty Python and the Holy Grail". Para além de ser um filme dos grandes génios da comédia e mentores de muito do que se faz hoje em termos de comédia (apesar de não ser um comediante, sinto-me inspirado por eles mesmo antes de os ter visto. Estranho, não é?), é das coisas mais originais e pointless que já vi. Desde uma conversa inicial sobre o tipo de andorinhas que havia naquele país, passando pelo quanto pesa uma bruxa, tendo como companhia os cavaleiros que fazem "NI", lutando com o cavaleiro negro na ponte e matando um coelho branco comedor de homens. Todo o filme é genial, caraças.
Decidi fazer uma pequena "homenagem" ao filme porque encontrei um pequeno diálogo do filme, que mostra bem como o filme é. Apesar de ver ser melhor do que ler neste caso, acho que já dá para ficarem com aquele bichinho e alugarem/comprarem/sacarem (não condeno ninguém) o filme.

Bridgekeeper: Stop. Who would cross the Bridge of Death must answer me these questions three, ere the other side he see.
Lancelot: Ask me the questions, bridgekeeper. I am not afraid.
Bridgekeeper: What... is your name?
Lancelot: My name is Sir Lancelot of Camelot.
Bridgekeeper: What... is your quest?
Lancelot: To seek the Holy Grail.
Bridgekeeper: What... is your favourite colour?
Lancelot: Blue.
Bridgekeeper: Go on. Off you go.
Lancelot: Oh, thank you. Thank you very much.
Robin: That's easy.
Bridgekeeper: Stop. Who would cross the Bridge of Death must answer me these questions three, ere the other side he see.
Robin: Ask me the questions, bridgekeeper. I'm not afraid.
Bridgekeeper: What... is your name?
Robin: Sir Robin of Camelot.
Bridgekeeper: What... is your quest?
Robin: To seek the Holy Grail.
Bridgekeeper: What... is the capital of Assyria?
[pause]
Robin: I don't know that.
[he is thrown over the edge into the volcano]
Robin: Auuuuuuuugh.
Bridgekeeper: Stop. What... is your name?
Galahad: Sir Galahad of Camelot.
Bridgekeeper: What... is your quest?
Galahad: I seek the Grail.
Bridgekeeper: What... is your favourite colour?
Galahad: Blue. No, yel...
[he is also thrown over the edge]
Galahad: auuuuuuuugh.
Bridgekeeper: Hee hee heh. Stop. What... is your name?
King Arthur: It is 'Arthur', King of the Britons.
Bridgekeeper: What... is your quest?
King Arthur: To seek the Holy Grail.
Bridgekeeper: What... is the air-speed velocity of an unladen swallow?
King Arthur: What do you mean? An African or European swallow?
Bridgekeeper: Huh? I... I don't know that.
[he is thrown over]
Bridgekeeper: Auuuuuuuugh.
Sir Bedevere: How do know so much about swallows?
King Arthur: Well, you have to know these things when you're a king, you know.
Obrigado.

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sábado, setembro 09, 2006

Filme de Série - Z - Parte 9 "Final"

- Bem vindo ao Hamburguer’s Lover, o que vai querer?

- Queria um menu 5 com cerveja, se faz favor.

- Estamos a ter uma promoção, se comprar mais uma cerveja tem direito a um gelado.

- Não, só quero uma.

Ao fundo, um homem com uma máquina fotográfica ao peito entra. Faz-lhe sinal. Azel responde um movimento de cabeça. O homem senta-se.

- Joey, toma conta do pedido deste senhor e passa para a caixa.

- Na boa, patrão.

Azel tira a bata e o chapéu ridiculo. Tira uma cerveja do frigorifico e senta-se na mesma mesa que o outro homem.

- Têm tido muita clientela?

- Nesta altura é sempre assim.

- Então isto está a render.

- Pode-se dizer que foi um bom investimento.

Dá um golo de cerveja. Endireita-se na cadeira, ficando de frente para o homem.

- O que tens hoje para mim?

O homem liga a sua máquina fotográfica.
- Quero que vejas estas fotos.

Azel agarra na máquina. Uma sucessão de fotos deixa-o alarmado. Olha para o homem e devolve-lhe a máquina.

- Descobri isto enquanto estavamos a fazer entrevistas nas ruas por causa daquele incidente com o barro.

- Parece que os teus patrões estão a avançar com as coisas.

- Já é a quarta este mês. Temos de avançar.

- Já falaste com o Jonsey?

- Ele já o tem.

- E o nosso infiltrado?

- Foi fácil, está tudo combinado.

- Só nos resta despoletar isto tudo e ver as coisas a acontecer. Assim que me deres luz verde eu sigo para casa para organizar os documentos que iremos mandar para o Governo.

Azel acaba a cerveja.

- Já sabes que temos um novo ajudante?

- Já? Nunca pensei que o teu anúncio desse resultado.

- Nunca brinques com um homem que tem uma casa de hamburguers...

Os dois começam-se a rir.

- O maço segue para aqui, certo?

- O Jonsey está avisado. O que vais fazer com ele?

- Eles vêm cá buscá-lo e o plano fica concluido.

O homem abana a cabeça.

- Isto não vai correr bem.

- Pois não, mas eles prepararam um segundo plano. Se algo te acontecer damos inicio ao segundo plano e a partir dai seja o que Deus quiser.

O homem olha para o relógio.

- Está na hora. Damos inicio?

Azel suspira.

- Sim. Já sabes, mesmo que acabes os documentos mais cedo não sais de casa sem eu telefonar e dizer-te onde vai ser o ponto de encontro com o Jonsey.

- Fica combinado.

Azel olha para a paisagem. Ao longe, o Sol vai ficando cada vez mais forte, iluminando toda a área desértica entre a casa de hamburguers e uma vila.

- Só falta o teu telefonema.

Azel não responde. O homem volta a colocar a máquina fotográfica ao peito e levanta-se.

- Até um dia destes, Bill.

- Até um dia destes, com muita sorte.

Bill sai do estabelecimento e arranca no sue carro. Azel tira o telemóvel do bolso, marca um número e espera que alguém atenda.

- (do outro lado) Estou?

- Já o tenho.
Fim.
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Um dos grandes defeitos, senão o maior, que nós sofremos aqui no Boião de Cultura é o de não acabarmos maior parte das ideias. Começamos algo, por exemplo, uma ideia que tivemos em conjunto e que um de nós tenta passar para o papel e fazer daquilo uma espécie de série, mas que com o passar do tempo vai perdendo a piada e acabamos por deixar de escrever, até porque começamos a arranjar novas ideias. É por causa de todo este legado aqui no Boião que me sinto bem em ter terminado uma história do principio ao fim, segundo a segunda neste blog (a primeira foi feita pelo Kid_D). Aqui está a última parte de uma história estranha sobre o roubo de um maço de cigarros, que leva a uma revolta e á luta pela liberdade de uma cidade. No fundo, até estou orgulhoso, mesmo a não estar muito bem escrito, acho que até tem uma certa piada e dá sempre um gozo especial ver as ligações todas desde o inicio da história.
Assim me despeço desta história, e vos mando um bem-haja e muita saúde.
Obrigado.

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quinta-feira, setembro 07, 2006

Filme de Série - Z - Parte 8 (3/3) "Fumar Mata"

Fumar Mata


Um rádio está ligado: “E esta noticia acabou de chegar. Ao que parece a policia entrou em confrontos com uma ameaça desconhecida. Todo o terreno está envolto numa grande poeira, que nos impossibilita ter qualquer imagem ou até saber o que realmente se passou naquele local.
Está tudo envolto num silêncio ainda mais assustador que a poeira castanha. Enquanto este confronto decorria, o Governo decidiu lançar as suas tropas nas ruas da nossa cidade num último ataque aos distúrbios que tinham começado esta tarde graças a uma noticia passada na televisão e a qual nos recusamos a divulgar.
Em pouco tempo as tropas controlaram os distúrbios e derrubaram finalmente a cadeia dos Media e a Companhia de gelados, acusando-as de terem iniciado estes distúrbios e de outros crimes relacionados com lavagem de dinheiro e de tentativa de controlar a opinião dos habitantes desta cidade. A partir deste momento estas duas cadeias voltam novamente a fazer parte do Governo e serem, claro está, controladas pelo Presidente.
O Pesidente, numa entrevista rara e à porta dos Media Inc., decidiu proferir algumas palavras: “Confiámos no povo e demo-lhesduas das grandes indústrias desta cidade. Ao uilizarem-nas contra o próprio Governo e contra o seu próprio bem-estar, não tivemos outra solução senão executar quem inicou a revolta e controlar novamente estas indústrias. Não queremos transportar esta cidade para uma ditadura, tal não nos passou pela cabeça, mas esta acção será para ser relembrada para sempre nesta cidade e para que todos comecem a respeitar a Lei e a compreender que ela está acima de tudo e acima de tudo ficará. Ser a respeitarmos conseguiremos ter finalmente um ambiente calmo nesta cidade e conseguiremos renovar tudo aquilo que eramos até hoje. A partir de hoje seremos uma nova cidade.”
Antes de se retirar, o Presidente deixou um pequeno agradecimento: “Agradeço em meu nome e em nome da cidade ao policia, lider de um grupo de defesa, que nos alertou para toda esta conspiração. Um verdadeiro herói nacional.”
São estas as noticias do momento. Fiquem connosco enquanto tocamos a melhor música directamente dos nossos novos estúdios e vos motivamos para a limpeza da cidade.”

O rádio desliga-se. Senhor abre os olhos e à sua frente vê um carro que arde, o mesmo que o projectou. Não sente as pernas, provavelmente partiu-as. Leva a mão à cara e fica com ela cheia de sangue. Começa a rir. Rasteja até à sua arma. Tenta recuperar p fôlego, mas o corpo já não lhe obedece. “Demasiado pó nos pulmões, estou lixado”.
Ouve uns passos. Da poeira sai um miudo, que se aproxima dele. Mete-se de joelhos e olha para Senhor, este faz um esforço para manter os olhos abertos.

- Eu conheço-te...

- O senhor vendia tabaco ao meu pai.
- Então deve ser isso.

- (a sorrir) É o homem do tacabo!

- Sim, lá isso sou.

O miúdo continua a olhar para Senhor e aponta para a ferida na sobrancelha.

- O senhor tem um grande dói-dói!

- Tenho.

- Está bem?

- Estaria melhor se conseguisse fumar um cigarro.

- Ó...se eu soubesse tinha lhe trazido um, é que achei muitos ao pé de um homem que estava a dormir.

Pronto, depois de tanto de trabalho era um puto de 5 anos que andava com o seu maço d eum lado para o outro.

- Ainda tens alguma coisa contigo?

- Não, deitei tudo fora! O meu pai sempre me disse que aquilo era mau.

Bem, agora também não fazia diferença nenhuma. Longe de qualquer tipo de ajuda e com as duas pernas partidas, ia-se esvair em sangue até morrer. “Yupi...”

- Tu nunca deves fumar, está bem?

- Está bem!

- Devias sair daqui, onde estão os teus pais?

- Não sei, eles disseram que vinham aqui, mas não os vejo.

Os pais dele devem estar mortos por causa dele, mais uma razão para se sentir bem. Retira do bolso das calças um papel. Nele estava a receita para fazer um cigarro. Olha para o miúdo e decide pegar fogo ao papel. Ver o papel a arder custou-lhe, mas ao menos levava aquilo consigo. Por outro lado, também não queria ver miúdos como aquele que está à sua frente a cairem na tentação de experimentar aquilo. “O meu lado sensivel a vir ao de cima...”
Tira do bolso das calças um envelope e entrega-o ao miúdo.

- Leva isso contigo. Tens familiares aqui perto?

- A minha tia mora ao pé da casa de hamburguers ali ao fundo.

- Entrega isso à tua tia e fica com ela.
- O senhor vem comigo?

- Não, acho que vou ficar aqui a descansar mais um bocado. Agora vai lá.

- Eu depois venho cá com a minha tia!

- Fica combinado.

O miúdo começa a afastar-se. Pára e diz adeus a Senhor, que não lhe consegue retribuir o gesto. “Pronto, só falto eu”. Mesmo antes do sangue entrar pela vista adentro e mesmo antes de fechar completamente os olhos, um camião com destino à cidade vizinha leva um carregamento de tabaco. De um dos lados do camião, um anúncio aos cigarros, onde num dos maços se conseguia ler: “Porque fumar mata”.

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segunda-feira, setembro 04, 2006

eu, Margarida, Vicente e a Mãe.





Vejo todos os buraquinhos dos estores. O cortinado é transparente. Mesmo só com um lençol branco por cima de nós o calor ainda se sente. Mas não é aquele calor abafante que quase não nos deixa respirar, ainda não é esse, é um calor suave, um calor de manhã azul clarinha, de grandes nuvens brancas e de uma brisa que fazia com que os cabelos da pequena Margarida lhe tapassem a cara, eles não deixavam que aqueles olhos verdes de relva e esperança vissem algo mais do que fios e fios de seda a amontoarem-se na sua cara. Ela andava a correr de um lado para o outro com o seu vestido prestes a sujar-se de qualquer coisa que iria deixar a sua mãe relativamente aborrecida.
Eu sentado na borda da cama tinha medo que a pequena Margarida caisse.
O sorriso aparece quando oiço o estardalhaço que a pequena faz ao brincar, uma lágrima começa a deslizar, sinto-lhe o sabor quando sinto a presença do Vicente na porta do quarto:
- Então, isto é que são horas?
Sorrio e olho-o ainda embaciado pelo sono:
- Sabes que eu gosto de dormir até estas horas.
- Agora já não tomas pequeno almoço.
- Mas agora poes-me de castigo é?
- Sim, hoje não vês televisão!
- Nãããããããããoooooo, vais paga-las.
Começo a correr atrás dele e ele começa a rir aquele riso alto e sonoro que pinta as divisões da nossa casa, que passa a correr e pinta o corredor e que dá vida à nossa cozinha ainda adormecida e que acaba no sofá da sala onde o pequeno Vicente é vitima do já famoso ataque das cócegas.
A Margarida aparece à entrada e diz com aquele ar empertigado e de senhora que ela às vezes põe:
- A Mãe deixou-me a tomar conta da casa e ela aqui não quer barulho.
- Desculpe Dona Margarida mas ele não me deixa ver televisão.
O seu ar altivo e mandão, desmonta-se num sorriso que se torna no mais belo raio de Sol daquela manhã. Vicente ainda se finge de morto estendido no sofá.
- Onde está a Mãe, Margarida?
- Foi às compras.
Margarida corre outra vez lá para fora, o Vicente deixa finalmente de se tentar fazer passa por morto e senta-se à mesa, como o meu olhar mandou, e fica especado quase incrédulo a olhar para a sandes de fiambre que tem à frente. Eu enfio-me na casa de banho.
Sento-me na beira da banheira e fico-me a olhar ao espelho, um olhar de como quem está a olhar para dentro de si indiferente ao cabelo despenteado, à barba por fazer ou à pequena remela que resiste no canto do meu olho direito...eu não vejo nada disso, eu olho para dentro de mim e pela primeira vez vejo em mim a felicidade, plenitude e tranquilidade de quem ama os que o rodeiam com uma força titânica, de quem não precisa de mais ninguém...só estas três pessoas bastam, deixei de ser dos meu pais ou de alguns amigos mais próximos, agora sou deles e isso basta-me e deixa-me imensamente feliz. Começo a chorar calmamente, depois começo a rir por achar estupido estar a chorar na casa de banho e pela figura que agora sim, vejo ao espelho. Eis-me de roupa interior barba por fazer olhos ainda meio entreabertos onde se seguram remelas e cabelo completamente idiota...como não rir?
- CHEGOU A MÃE!!!!
O grito da pequena Margarida é grande, tão grande que me empurra da borda da banheira para dentro dela, por um lado ainda bem que ela grita assim, ao menos ninguém ouviu o meu espalho.
Saio da casa de banho já quase outro e olho a Mãe de costas a preparar qualquer coisa para a mais pequena comer. Os cabelos amarelos tapam-lhe a nuca, as mãos trabalham quase automaticamente e eu abraço-a e beijo-lhe a face direita, a mais pequena ri-se, o maior faz caretas e manda-lhe pedaços de fiambre. Eu estou agarrado à minha Laura, à qual chamo também de Mãe, ela é a Mãe de nós os três. Eu amo-a. Quando amua e ganha aquele feitiozinho mau, teimoso e embirrante, quando olha para mim com aqueles olhos ternos, doces e verdes, quando apanha os fios de mel que lhe saiem da cabeça, quando anda numa fona a tratar dos miudos, quando se senta ou se deita a meu lado e põe aqueles óculos que lhe dão ar de professora ou de senhora de estracto social elevado, quando a sua pele clara, suave e aconchegante não tem roupa em cima, quando eu finjo que adormeço para ela adormecer também e fico a olhar para ela na pouca luz do nosso quarto, quando a oiço respirar descansada e feliz pois está connosco...e enquanto for assim, não precisaremos de mais ninguém, de mais nada.








Yours sincerely...............Kid_d

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domingo, setembro 03, 2006

Filme de Série - Z - Parte 8 (2/3) "Por aquilo que é meu"

Por aquilo que é meu


- (gritando) Ora bem, eu vou dar inicio à minha busca. Sou um homem mesmo muito lixado neste preciso momento!

Senhor dá uns passos em frente, mas sente uma tontura. Pára por uns momentos e mete-se de joelhos. No sitio onde estava o corpo de Azel cai uma granada. A explosão projecta Senhor para dentro de uma das pequenas casas. Ainda atordoado, espreita pela janela. À medida que a poeira vai desaparecendo, começa a ver um grande número de policias. “Ó que caraças, estes já chegaram”.
O capitão da guerrilha retira o megafone.

- Sejas tu quem fores, queremos o maço de cigarros agora! Se cooperares ficas vivo, senão abriremos fogo contra a vila!

- (do fundo) Eu não tenho a porcaria do maço!
O capitão não consegue perceber.

- O que é que ele disse?

- Eu também não percebi, meu capitão.

- Acho que teve qualquer coisa a ver com um cachaço.

- Cachaço? O que raio é isso?

- Não sei, mas estes criminosos costumam ser muito inteligentes, meu capitão.

O capitão pega novamente no megafone.

- Nós não temos cachaços.

“Mas aquele gajo está a falar do quê?”. Senhor prepara as duas armas. Arranca um bocado da sua T-shirt e põe à volta da sua cabeça para parar a hemorrogia mais uns minutos.

- Ele não responde.

- Avancem.

As tropas espalham-se pela vila, concentrando-se de onde tinha vindo a voz.

- (via rádio) Estão todos preparados?

- Estamos, capitão.

- Disparem.

- Vocês ouviram, comecem a disparar!

Todos os policias começam a disparar. Por entre as balas uma granada explode, levantando uma enorme núvem de pó. Senhor corre para dentro dela. Dá um tiro no queixo de um policia, tira-lhe a metralhadora e mata os três que estavam com ele. Rouba uma granada e atira-a para o centro da praça. Com a explosão a levantar mais uma núvem de poeira, Senhor corre em direcção aos carros, matando mais 4 policias. “Tenho de chegar aos carros”.

- (via rádio) Não consegimos ver nada, capitão. São granadas a seguir de granadas, levantam uma poeira desgraçada!

- Continuem a disparar, pelo menos devem acertar em qualquer coisa!

- Assim não vai resultar!

Ouve-se uma explosão pelo rádio, seguido de interferência.

- Quero as metralhadores dos carros a disparar!

As metralhadoras a disparar, as granadas a explodir, o pó a entrar-lhe pelos pulmões a dentro, ele simplesmente adorava aquilo! Adorava a situação enquanto se aproximava cada vez mais dos carros, adorava cada vez mais aquilo quando colocou a granada no tubo de escape e viu os cinco carros a explodir e a envolver em chamas o resto dos policias vivos. Os carros rebolavam pelo que restava da vila, provocando cada vez mais explosões. A poeira vai ficando cada vez mais e Senhor não consegue ver nada. O som de um carro a rebolar aproxima-se dele e leva-o contra uma parede. Senhor acaba por desmaiar.

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sábado, setembro 02, 2006

Steve Mccormick


Olá Steve, onde quer que estejas.
Olá.
O Steve anda sempre a sorrir, a saltar e a dizer as suas piadas que por muita piada que podessem ter nunca tinham piada nenhuma...por vezes ninguém se ria, as suas piadas eram seguidas de silêncio, ele olhava com aquele olhar de parvo para todos os presentes... e começava a sorrir e por vezes ria a alto e bom som, ou por a piada ter sido mesmo assim bem catita ou por ter criado um momento contrangedor, sem risos mas que com o riso dele se tornava bem agradavel...
"Ele é mas é um palhaço, como é que se consegue andar assim? Um homem com a história que ele tem não deveria andar assim." - quem dizia isto era o senhor da mercearia, o rude Filipé Nis.
E até tinha uma certa razão. Ora analisemos com a devida calma a história do Steve.
A sua infância teve lugar no meio de separação e ajuntamentos...quer do pai, quer mãe. Os seus pais separaram-se e sua mãe envolveu-se com certo senhor chamado Horácio, ora esse tal Horácio dava rotativos na tromba da mãe de Steve como quem comia uma bola com creme...a mãe de Steve torna-se assim num saco de porrada que mais parecia pertencer a Jackie Chan, hm...penso que Horácio queria ser Jackie Chan, não esperem... Jackie Chan não Steven Seagull pois não tinha motivos para bater na sua companheira...o que se assemelha com os filmes do Seagull pois ao fim ao cabo ninguém sabe muito bem porque é que ele arreia naquele pessoal todo em que ele arreia. Mais cedo ou mais tarde a mãe de Steven tinha que deixar Horácio, foi o que fez, Horácio tinha saido da vida da mãe do Steve mas não da do Steve já que o pai do Steve envolveu-se amorosamente com Horácio.
As temporadas de Steve na casa do pai eram autenticos cocktails de droga, LSD, heroina, haxixe, MD, cocaina Steve viu tudo isto passar-lhe à frente enquanto brincava com seus brinquedos. E isto não é tudo, a violência também não tinha acabado já que agora era o pai do Steve que se armava em Seagull para Horacio dando a este brutais mas mesmo brutais cargas de porrada.
Anyway Horacio acaba por morrer depois de já todo fodido injectar cimento no seu sistema circulatório.
O fado de Steve continua...a sua primeira namorada explodiu-lhe nos braços quando se preparavam para fazer amor, ia ficar com a sua virgindade ainda um pouco mais...quando finalmente a perde é com uma gaja que logo por azar tinha Sida, sifilis e herpes genital...mas pronto o que está feito está feito...o que o incomodou mais foram a sifilis e a herpes, já que a Sida ele perde-a juntamente com as chaves do seu segundo carro...aliás Steve nunca teve primeiro carro, passou logo para o segundo já que quando ia para comprar o seu 1º carrinho, este explode na tromba do homem do Stand.....foi a primeira vez que isso aconteceu no ForniCar.
Ele simplesmente é assim já partiu todos os ossos que tem no corpo, ainda o ano passado seu pai e sua mãe morreram os dois com ataques cardiacos sincronizados...mas continua a rir a ajudar quem pode, fazendo voluntariado no orfanato e animando aqueles que tem uma vida muito melhor do que a dele...é um humorista aquele gajo.
Contudo a semana passada aconteceu algo que mudou a vida de Steve Mccormick, ele ganhou o Euro Milhões, finalmente...finalmente algo que ele merecia ficamos todo extremamente felizes por ele....levámos a nossa alegria ao EXtreme (algumas mortes a lamentar nos festejos)...todos alegres......todos menos Steve que assim que soube que tinha ganho fechou-se num quarto a chorar. Entrou em depressão, e ninguém compreendia porquê. Ninguém o viu durante os três dias que ficou fechado em seu quarto...por fim, ao quarto dia Steve desapareceu, deixou todo o dinheiro ao orfanato, que hoje em dia tem o seu nome...nunca mais ninguém soube dele e nunca mais ninguém foi vitima daquela alegria que transbordava dele.
É tudo para que tenho tempo ´migos, agora a minha Helena tá-me a chamar para a janta.








Yours sincerely...............Kid_d

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sexta-feira, setembro 01, 2006

Filme de Série - Z - Parte 8 (1/3) "Reencontro"

Esta parte 8 é a maior da história e para não ficar um grande testamento, que ninguém iria ler, dividi tudo em três partes, que são: "Reencontro", "Por aquilo que será meu" e "Fumar Mata". É bom ver que esta pequena história está quase acabada, isto é, está quase toda aqui no Boião, porque acabada já ela está há algum tempo, a preguiça é que consegue ser lixada de vez enquando.
"Reencontro"
Naquele momento não havia ninguém mais lixado do que ele. Um acidente, uma ferida na sobrancelha que não parava de sangrar, o seu melhor amigo tinha-lhe roubado a porcaria do maço de cigarros e agora ia a caminho de uma vila de armas nas mãos à procura de alguém que ele nem sabia quem era. O melhor cenário para existirem umas quantas balas instaladas no crânio de alguém e não importava de quem seria.
A vila é suja, pequena e possivelmente inabitada, e ainda bem. “Teria de matar uns quantos logo á chegada e eu ainda gosto de conhecer o pessoal”.
Dispara para o ar.

- Se há alguém na merda desta vila, é melhor que se apresente rapidamente ou eu vou atrás de vocês e mato tudo o que se mexa. Tão simples quanto isso!

Olha para todos os lados, mas ninguém aparece. Quando se prepara para revistar casa a casa, ouve alguém a tossir. “Vem daquele lado”. Entra por uma pequena rua que vai dar á praça da vila. O tossir vai ficando cada vez mais próximo à medida que a poeira vai desaparecendo. Senhor começa a ver alguém no meio da praça, sentado numa pequena cadeira.

- Para tu estares aqui é porque as coisas não estão a correr mesmo mal para o nosso lado.

- Nem sabes o quanto, Azel.

Azel está sentado numa cadeira vermelha e ao seu lado tem uma mala preta.

- Se dentro dessa mala está o meu maço, é melhor que mo dês já.

Azel começa a sorrir.

- Era suposto por esta hora eu o ter comigo, mas não o tenho. Não chegou nada à casa de Hamburguers. Não terás nada a ver com isso?

- Só vi um dos teus morto no meio da estrada, pouco fiz eu.

- Então o maço está mesmo desaparecido...

Azel levanta-se da cadeira e põe a mala em cima da cadeira.

- Antes que comeces com explicações desnecessárias só te quero avisar que no final disto tudo tu morres.

- Nem espero outra coisa.

Senhor começa a andar de um lado para o outro, impaciente. Agora que poderia dizer tudo aquilo que queria dizer ao sacana que está mesmo à sua frente, a única coisa em que consegue pensar é numa frase simples e estúpida.

- Tinham-me de roubar o maço! Tinham-me de tirar aquela porcaria!

- Era preciso, seu viciado de merda. Ou preferias viver num mundo que fosse uma gigantesca noticia que te fosse bombardeada de 5 em 5 minutos na tua televisão, interrompendo todos os teus programas favoritos?

Senhor fica calado.

- Ou preferias viver num mundo em que tudo aquilo que tinhas podia ser roubado e destruido por não existirem regras? Ou, melhor ainda, viveres com uma câmara atrás de ti e quegravasse todos os teus movimentos?

Azel pára e depois sorri, mas de forma desesperada. Senta-se no chão e leva as mãos à cabeça.

- Eu nem me importo que me mates...o plano deu para o torto, estão todos mortos e os Media devem ficar com o maço, ou então ficas tu com ele e continuas a produzir essa merda. Com a casa de hamburguers destruida não me resta mesmo nada.

Senhor olha para Azel enquanto este permanece sentado, continuando a apontar-lhe a arma.

- Eu nem quero ver como esta cidade ficará.

Azel pega na pasta e começa-se a afastar, virando as costas para Senhor.

- Faz lá o que tens a fazer.

Sem pensar duas vezes, Senhor dispara contra Azel, acertando-lhe na cabeça. Naquele momento pouco lhe importava a salvação da cidade ou o facto de produzir uma espécie de droga comercial, o que realmente importava era dar uma valente passa num delicioso cigarro. Azel estava finalmente caido no chão e com uma das suas balas instaladas no crânio. A primeira parte do plano estava concluida: a vingança. Agora só falatava a segunda: a recolha. Seguida de uma deliciosa terceira e última parte do plano: o cigarro aceso.

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